Na última terça-feira, a Organização Mundial da Saúde revelou que uma a cada quatro mulheres no Brasil já sofreram violência doméstica. De acordo com o relatório divulgado, 23% das mulheres brasileiras entre 15 e 49 anos já foram agredidas física ou sexualmente por seus parceiros em algum momento da vida. A pesquisa revelou ainda que, de um ano pra cá, 6% das brasileiras passaram por, pelo menos, um episódio de agressão.
Como afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, ao contrário da covid-19, o problema da violência contra a mulher não pode ser vencido com uma vacina. Precisamos de esforços prolongados por parte dos governantes e da sociedade como um todo. No campo jurídico e legislativo, a promulgação da Lei Maria da Penha, criada em 2006, é reconhecida pela ONU como a mais avançada do mundo em relação ao enfrentamento à violência doméstica e familiar. Em 2015, outro passo importante foi dado com a Lei do Feminicídio, que o qualificou como crime hediondo, porém ainda há muito a fazer.
Está evidente que os maiores índices de violência contra a mulher residem no ambiente que deveria ser sinônimo de proteção: o familiar. E não era mesmo para ser assim. Não na visão de Deus. Quando o homem foi criado, Deus viu que não era bom que ele estivesse sozinho e por isso criou a mulher para ser sua companheira. Juntos, eles receberam a ordem de se multiplicar e povoar a terra (Gênesis 1.28). O casamento é uma “ordenança da criação”, não uma ordenança da igreja. Isso significa que o casamento é válido e impõe obrigações para todos.
A família é a unidade básica da sociedade e fundamental em todas as culturas conhecidas. No Artigo 227, a Constituição Federal estabelece as prioridades dessa convivência familiar envolvendo também os filhos. “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à Saúde, à alimentação, à Educação, ao lazer, à profissionalização, à Cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
O 40º presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, destacou de onde vêm as grandes mudanças na nação ao despedir-se do cargo: “Deixe-me dar-lhes a lição número um sobre os Estados Unidos: Toda grande mudança nos Estados Unidos começa na mesa de jantar” (Discurso de despedida à nação, 11 de janeiro de 1989).
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