Arapuan Motta, reitor da UNISUAM - Divulgação
Arapuan Motta, reitor da UNISUAMDivulgação
Por Thiago Gomide
Na época pré-waze e na minha breve passagem pelo jornalismo esportivo, tive que fazer uma reportagem no Bonsucesso Futebol Clube. Era sobre peneiras e jogadores que vinham de longe. O atacante e multicampeão Ronaldo foi cria do tradicional time da Zona Norte. Será que eu teria a sorte de encontrar um novo fenômeno? Será que na retrospectiva do Faustão, no futuro, apareceriam as primeiras declarações do craque? Dos sonhos a realidade: o motorista se perdeu e, machão das antigas, nada de pedir ajuda. 
Suando em bicas (o carro não tinha ar-condicionado), atrasado, enfrentei o mal humor do piloto e resolvi sair perguntando onde era o campo do Bonsucesso. Todos, sem exceção, utilizavam a UNISUAM como ponto de referência. "Rapaz, vire a direita, você vai ver a UNISUAM, siga em frente", "Tá perdido? Veja a UNISUAM e faça assim e assado" ou "Calma! Da UNISUAM para lá é um pulo". A tempo: nos encontramos, consegui entrevistar meia dúzia de novatos e nenhum prosperou. 
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A UNISUAM, também conhecida como Centro Universitário Augusto Motta, nasceu há 52 anos na casa do empreendedor e educador...Augusto Motta. É da época que muitos criadores colocavam seus próprios nomes ou sobrenomes nas instituições. Era uma garantia de qualidade. Cândido Mendes, Hélio Alonso, Mackenzie, Celso Lisboa e Severino Sombra são outros exemplos.  
Arapuan Motta Netto cresceu ouvindo as histórias do bisavô. Mais: ouvindo e vivenciando os mais diferentes desafios e derrapagens, como "pior momento foi quando terceirizamos". Em 2008, com 25 anos nas costas, a mãe disse que ele precisava se preparar para gerir a herança. Se para alguns isso daria tremeliques, o pai da Alice e do José conseguiu marcar sua identidade. Ele assina como reitor.
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Atualmente a UNISUAM tem 20 mil alunos matriculados, 4 unidades e 9 polos educacionais. Arapuan é quem abre uma série de entrevistas sobre Educação, valorizando novas metodologias, os desafios desse ano enlouquecedor, educação midiática, a melhor relação com o professor e com o aluno em momento tão delicado e, claro, ensino híbrido.
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Coisas do Rio – O que você e a UNISUAM aprenderam em 2020?
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Arapuan Motta Netto – Eu aprendi que a gente deve sempre estar com cintos apertados. E sempre foram apertados. Nunca tive cinto folgado (risos). Você conhece a UNISUAM há tempos, sabe. Eu vi instituições de ensino que tinham situações financeiras muito melhores que a nossa e que sofreram mais do que a gente.
CdR – Vocês cresceram?
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AMN – Nós não crescemos em base, mas crescemos em comunicação interna, eu diria. Hoje a gente tem uma opção diferente. A gente volta diferente e melhor do que estávamos antes.
CdR – Em 2021, você acredita que o ensino vai ser híbrido?
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AMN – Eu acho que não tem alternativa a não ser híbrido. É híbrido ou online. O presencial acaba.
CdR – Você delimita o fim dele?
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AMN – Do 100% presidencial, tá? O 100% presencial: vejo que ele na grande maioria das instituições de ensino no Brasil está em processo de descontinuidade.
CdR – E isso não é uma questão de exclusividade da pandemia porque o MEC já tinha alterado a porcentagem das aulas a distância no ensino superior.
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AMN – Já estava autorizado antes e, sem dúvida, a Covid botou todo mundo na mesma relargada. Então eu vejo que o presencial, o 100% presencial, já está em processo de descontinuidade e o modelo que passa a ser vigente é o modelo semipresencial.
CdR – Também por isso é cobrado cada vez mais que os professores sejam digitais. De que maneira a Universidade pode capacitar os professores ainda na graduação e nas mais diferentes licenciaturas?
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AMN – Essa é uma discussão muito importante, é uma provocação que eu sempre faço para o nosso time, né? Estamos formando os professores que o mercado exige hoje? Eu não vou dar uma resposta focada para formação de professor só. Eu vejo que é uma competência básica. Para mim, tecnologia não é o fim do processo, é o meio do processo. Eu nunca limitei a UNISUAM a ter a melhor sala de aula ou a melhor tecnologia em sala de aula para que aquela informação fosse transmitida. Muito pelo contrário. O professor tem que encontrar o seu caminho e seu formato de fazer com que aquela informação chegue. A tecnologia é parte desse processo. Eu não acredito no professor digital. Isso é uma competência dele e se ele achar que é importante usar ferramenta naquele momento, ele usa.
CdR – E como você está encarando 2021?
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AMN – Eu tô muito positivo com o ano. Tenho certeza que ainda será um ano de olhar muito para dentro, com os cintos apertados, continuar buscando a inovação incremental. Melhorar o que a gente tem e fazer melhor o que a gente já faz. Não será um ano de metas diferentes, pelo contrário, os objetivos são os mesmos para que a gente possa fazer cada vez mais simples e com mais qualidade o que a gente já vem fazendo. Vai ser um ano para consolidar o aprendizado de 2020. Em 2022, poderemos buscar coisas mais diferenciadas em termos de produtos e de novas experiências. 
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