Beatriz Balena, reitora da Universidade Veiga de Almeida - Fernando Souza
Beatriz Balena, reitora da Universidade Veiga de AlmeidaFernando Souza
Por Thiago Gomide
A mineira Beatriz Balena é daquelas pessoas que consegue entrelaçar dezenas de assuntos sem perder o fio da prosa nem o gracejo. Direto do interior de Minas Gerais, onde descansava de um 2020 enlouquecedor (para todos, convenhamos), ela conversou com a coluna sobre a necessidade dos estudantes aproveitarem a Universidade como um espaço de preparação real para o cada vez mais competitivo mercado de trabalho.

Durante a entrevista, os sinais de internet (meu e dela) foram nos mostrando na prática os desafios do digital. Ao menos, nada que tirasse o humor. Pelo contrário. Mesmo longe da terrinha há anos, o sotaque mineirinho da entrevistada ressurgia nas tiradas."Não gosto de projeto Bora-Bora, que é aquele que é movido pela vontade, mas sem estratégia. Bora fazer? Bora", brinca Beatriz. O mundo empresarial, convenhamos novamente, não está mais dando espaço para a falta de planejamento.     
Beatriz está a frente da Universidade Veiga de Almeida, que tem mais de 25 mil alunos e cerca de 1200 funcionários.

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Coisas do Rio – O que vocês aprenderam no ano de 2020?

Beatriz Balena – O primeiro grande aprendizado é que você até pode fazer planejamento, mas eles têm que ter um espaço muito grande, uma flexibilidade muito maior, eles têm que ter o espaço para o imponderável, o espaço para o impensável e uma flexibilidade para caber alternativas de última hora... Os planos têm que ser sempre o "a", o "b" e o "c" até o "z". Ou seja, uma gestão feita depois da pandemia, nós aprendemos que é uma gestão mais do que tudo flexível. Além disso, aprendemos que somos demasiadamente humanos e por conta disso existem também algumas características do humano que precisam ser relevadas, que precisam ser colocadas em destaque: a nossa fragilidade, a nossa necessidade de contato uns com os outros, a nossa absurda vulnerabilidade frente a um desconhecido, a um microscópico... e isso nos faz querer cuidar mais da nossa casa, do nosso meio ambiente, nas relações das pessoas com quem nos relacionamos.


CdR – Qual é a importância dos professores serem makers? Dos estudantes terem na Universidade base real do que está acontecendo no mercado de trabalho?

BB – A UVA ( Universidade Veiga de Almeida) está oferecendo para os seus estudantes uma possibilidade, e talvez a última da vida deles, de poder experimentar, observar o erro, aprender com erro, não ser julgado pelo erro ou pelo que ele não fez. O movimento maker, hoje, na Uva vem em duas direções: em uma primeira direção, ele vem confrontando a ideia de que a universidade é extremamente teórica e por essa razão não prepara para o mercado do trabalho... Nada mais enganoso do que pensar que a UVA hoje trabalha seus currículos dessa maneira. Muito pelo contrário, hoje a UVA trabalha seus currículos conectados absolutamente com o mundo do trabalho, com as necessidades não só técnicas, mas também com aquilo que nós chamamos de aprender a ser e aprender a fazer. O nosso estudante, hoje, além das habilidades técnicas, ele também adquire habilidades para viver no século 21, como, por exemplo, trabalhar em grupo, respeitar as diferenças, conhecer múltiplas abordagens, resolver problemas complexos e principalmente estar em profunda sintonia com a realidade que eles estão vivendo.

CdR – O que a Educação pode esperar desse 2021?
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