Marcio Santos, nascido e criado na comunidade da Vila Aliança, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, começou a trajetória política na adolescência no movimento estudantil, onde foi diretor da Associação Municipal dos Estudantes Secundaristas (AMES) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES). Em 2020, foi eleito vereador no Rio com 7.467 votos. Na última eleição foi reeleito com 21.122 votos. Em seu novo mandato, Marcio promete focar nas áreas de esporte e na educação.
SIDNEY: Como próximo presidente do Partido Verde e único vereador da legenda na Câmara do Rio, como pretende reconstruir o partido no estado?
MARCIO: Tudo o que fazemos em nossa cidade ecoa em todo o estado. Desta forma, juntamente com o presidente estadual, Rocco, estamos planejando uma série de ações já a partir de 2025, na capital e nos maiores municípios de cada região para que os simpatizantes com os valores do partido e nossa militância, que estava adormecida, consigam novamente se sentir representados. Além disso, criaremos núcleos e setoriais para nos reconectar com o povo e preparar e fortalecer quadros para assumir papéis importantes e ter uma nominata forte e atrativa em 2026.
E para a capital, quais as propostas do PV?
Eu tenho uma atuação muito presente nas comunidades e pretendo contextualizar a pauta ambiental, que é uma pauta universal com a realidade da favela. Esta conexão é fundamental para que possamos crescer enquanto partido e militância. Fazer com que as comunidades entendam, por exemplo, o descarte correto de óleo vegetal usado e ainda criar uma fonte de renda com isso é a principal proposta que tenho para nossa cidade. Com isso, iremos fortalecer nossas bases nos aproximando, de fato, com quem define o cenário político.
Como será a relação do PV com a nova gestão de Eduardo Paes?
Tenho carinho e admiração pelo nosso prefeito Eduardo Paes, não só pela sua competência, capacidade de gestão e empenho no trabalho, mas por amar e conhecer a nossa cidade de fato. O Partido, assim como eu, compartilha das mesmas virtudes e valores e por este motivo seremos base do governo. Obviamente que farei o meu papel como representante do carioca, agindo como um fiscalizador atento do Executivo, mas convicto de que estar ombro a ombro com o prefeito Eduardo Paes é o melhor caminho para nossa cidade.
O senhor foi reeleito com mais de 21 mil votos, o triplo da última eleição. A que atribui esta votação expressiva?
Desde que assumi o meu mandato, em janeiro de 2021, tenho trabalhado praticamente todos os dias e onde eu vou as pessoas falam sobre isso. O carioca está cansado do político sazonal que só aparece em ano eleitoral e de quem não cria raízes por onde passa. Juntamente com o prefeito Eduardo Paes, levamos obras que transformaram milhares de vidas em várias regiões da nossa cidade, como o 'Morar Carioca' em Manguariba, em Paciência, no Sandá e Vila Aliança, em Bangu, e no 77, em Padre Miguel. Isso é muito mais que criar raízes e, sim, marcar profundamente a vida do cidadão. Esta conexão com o carioca aliada à competência da minha militância foram os ingredientes certos para o meu sucesso nas urnas agora.
Quais os projetos de destaque do seu mandato?
Destaco a lei que garante gratuidade do uso dos banheiros pelos consumidores dos quiosques e a lei que determina a instalação de avisos sonoros de senha para deficientes visuais em estabelecimentos públicos e privados. Destaco também a minha atuação como presidente da Comissão de Educação, que foi determinante para milhares de estudantes. Lutei pela reforma de dezenas de escolas que se encontravam em péssimas condições e pela climatização de mais outras dezenas fazendo com que os nossos estudantes tenham um ambiente mais agradável e propício para o aprendizado. No esporte e na terceira idade, tenho orgulho dos diversos projetos espalhados pela cidade, que impactam positivamente a vida de centenas de crianças, adolescentes e idosos. Esses projetos, aliados ao meu compromisso com a educação integral e com o envelhecimento saudável, visam transformar vidas e construir um futuro melhor para nossa juventude e uma vida mais digna e com qualidade para os idosos.
O senhor recebeu ameaças antes da eleição deste ano. Tem ideia do motivo?
Infelizmente, vivemos um momento no mundo em que o ódio tem sido bandeira e plataforma política de muita gente, e estar todos os dias na rua, imprimindo uma nova dinâmica de trabalho, nos deixa expostos a pessoas desse tipo. Recentemente, também fui surpreendido por uma pessoa que, ao não conseguir ser atendida da maneira que esperava, chegou a me desejar um câncer. Essas situações nos mostram o quanto é importante perseverarmos no caminho do diálogo, da empatia e da construção de uma sociedade mais justa. Eu escolhi entrar na política para servir, não para agradar a todos, mas para lutar pelo que acredito ser o certo e pelo bem da nossa cidade. Apesar das dificuldades e desafios, isso não abala meu compromisso com as comunidades e com as pessoas que mais precisam. Agradeço a Deus pela força diária para continuar trabalhando e reforço que seguirei firme, com coragem e fé, para enfrentar quaisquer adversidades que venham pelo caminho.
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