Aestimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para o biênio 2020-2022 e o balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre 2018 alertam o Brasil e o mundo para o aumento das estatísticas sobre o câncer. Segundo o Inca, 625 mil novos casos da doença serão diagnosticados no país a cada ano. Além disso, a OMS aponta que os casos da doença em países em desenvolvimento vão aumentar 81% até 2040.
O câncer é uma doença genética causada pela mutação do DNA das células, e o surgimento do tumor maligno também pode ser provocado devido a hábitos nocivos, como álcool, exposição ao sol, dieta rica em gordura e obesidade. "O câncer é realmente agressivo porque, se não houver tratamento, leva à morte. Muitas vezes, quando o diagnóstico é feito, já não há possibilidade de cura, porque foi feito tardiamente. Apesar disso, a doença é sempre grave", afirma o oncologista Carlos Gil.
Para Gil, o crescimento do número de casos de câncer no Brasil já era esperado. "A população está vivendo mais, e os fatores de risco, como estresse, má alimentação, poluição e tabagismo estão mais presentes. Para os países em desenvolvimento, o maior problema é a precariedade ou ausência de programas de prevenção, inclusive no Brasil", aponta o especialista. Apesar disso, ele elogia os hospitais especializados, como Inca, Hospital do Câncer e Hospital de Barretos, mas ainda falta tecnologia de ponta como tratamento por imunoterapia e diagnóstico molecular, presentes apenas na rede privada.
Segundo o oncologista, o ideal é identificar o tumor até o estágio dois, mas alguns tipos da doença permitem diagnóstico no último nível, o quatro. Na última década, a tecnologia ajudou muito, garantindo que o tempo de vida dos pacientes se estenda entre 5 e 10 anos.