Por leandro.eiro
A burlesca Dita Von Teese (à dir.) inspirou performance de Lívia Marini%2C personagem de Claudia Raia em ‘Salve Jorge’Reprodução Internet

Rio - Ultimamente, de feiras de moda a shows de rock, passando por festas em geral, uma atração a mais tem sido com frequência incluída entre os destaques dos eventos: performance burlesca. A dança, que consiste na arte de se despir de maneira ao mesmo tempo sensual e bem-humorada, vem ganhando cada vez mais adeptas no Rio e foi parar até no último capítulo da novela ‘Salve Jorge’, ontem. Na cena, a vilã Lívia Marini, vivida por Claudia Raia, aparece fazendo uma performance dentro de uma taça, inspirada na dançarina burlesca americana Dita Von Teese, a mais famosa do gênero hoje.

“A Dita é, sem dúvida, uma grande referência”, atesta a dançarina burlesca Allice Red Desire — é praxe as praticantes escolherem um nome artístico. “Está rolando uma modinha disso na cidade. Têm surgido festas temáticas, como a Santa Joanna, e meus workshops estão cada vez mais lotados, de meninas de 18 anos a mães de família”.
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Sua mais nova aluna, a apresentadora Bianca Jahara, do programa ‘Penetra’, do canal por assinatura Sexy Hot, está prestes a se transformar na burlesca Lady Ray. “Notei o crescente interesse pelo assunto e fui fazer uma matéria para o ‘Penetra’. Acompanhei um workshop da Sweetie Bird, de São Paulo, que é uma das mais conhecidas. Já tinha curiosidade pelo assunto, e ele se estendeu do programa para minha vida pessoal. Fiquei obcecada”, relata Bianca.

Antes de Claudia Raia se banhar na taça, o filme ‘Burlesque’ (2010), estrelado pelas cantoras Christina Aguilera e Cher, começou a inspirar meninas a colocar seu lado pin-up para fora. “Não é só tirar a roupa, mas fazer isso de forma teatral, cômica até, e instigando o tempo todo. O jeito como vai tirar a cinta-liga, a meia, a luva, o salto, tudo tem um momento especial, até chegar em um ponto alto no final, que pode ser tirar a blusa rodando o tassel do pastie”, ensina Bianca Jahara, se referindo às franjinhas (tassel) que ficam penduradas no tapa-seios (pastie).

Na foto, Bianca Jahara (esq.) e Allice Red DesireAlexandre Vieira / Agência O Dia


A dança burlesca é democrática, pode ser feita por todas as mulheres. As mais gordinhas aproveitam suas curvas para dar um charme especial à apresentação. “É óbvio que a gente provoca, que somos sensuais, e as pessoas criam suas fantasias em cima disso. A gente está aqui para ajudar a libertar um pouco as pessoas de seus preconceitos”, orgulha-se a dançarina burlesca Delirious Fênix, do time das mais cheinhas, ressaltando que paga um preço pela ousadia. “A mulher do dono de um bar onde me apresentei não gostou nada de saber de uma performance dessas na casa e quase fechou o tempo. O marido adorou, registre-se”.
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O ciúme, normal, também rola da parte dos próprios parceiros das dançarinas. “Não tem como se relacionar com alguém que não aceite isso. Minha relação é madura, meu namorado é quem faz a iluminação das minhas apresentações e ainda carrega minha mala. É praticamente um escravo sexual!”, brinca Allice Red Desire.
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