Por leandro.eiro
João Ricardo celebra 40 anos do primeiro disco do 'Secos e Molhados' Francisco Cepeda / Ag. News

Rio - Ney Matogrosso, rebolando e cantando com seu inconfundível timbre o provocante refrão “vira, vira, vira homem/vira, vira/ vira, vira lobisomem”, se eterniza como corpo e voz do Secos & Molhados. Porém, o cérebro do grupo de rock que, nos anos 70, bate Roberto Carlos em vendas e se torna um fenômeno musical e comportamental, é João Ricardo. Ele é o autor de praticamente todo o repertório e criador do conceito visual do trio, completado ainda por Gerson Conrad.

“Eu sou o Secos & Molhados!”, decreta João Ricardo, que revive a banda no próximo sábado, no Teatro Rival, em show que celebra os 40 anos do disco de estreia. “Sei que gostariam que voltasse a formação original, mas acho muito difícil. Não falo com mais ninguém que participou daquele disco. Mas, claro, nada é impossível. Para mim, hoje, cantar com o Ney nem seria tão difícil. Agora, tocar com o Gerson não rola mais. Ele valorizou muito sua participação no grupo, coitado. Nunca tocou bem. Fora que já somos todos muito velhos, nunca seria igual ao que esperam”, avalia.

João Ricardo nunca mais recorreu aos integrantes originais e o Secos & Molhados que vem ao Rio é um duo com Daniel Iasbeck. O álbum que completa quatro décadas (também conhecido como o “disco das cabeças” e que traz na capa ainda o baterista contratado Marcelo Frias) é um clássico. Lançado em agosto de 1973, vendeu mais de 700 mil cópias na época.

“Vende bem até hoje. Graças a ele, consigo viver modestamente. Os direitos que recebo por esse disco são maiores até que o que me rende quando o próprio Ney, em carreira solo, regrava alguma das minhas músicas dos tempos do Secos & Molhados”, compara João Ricardo.

Célebre capa do primeiro LP do Secos %26 Molhados%2C lançado em 1973Reprodução Internet


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Ele aproveita para comentar sobre uma antiga polêmica. Afinal, quem surgiu primeiro com a proposta de se apresentar com os rostos maquiados: o Secos & Molhados ou o grupo norte-americano de rock Kiss?
“Para mim não importa quem surgiu antes, mas o primeiro disco do Kiss é de 1974, um ano depois do nosso, a máscara do baixista deles é igual à do Ney e a capa do disco parece uma cópia da do Secos”, provoca.
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