Rio - Gaby Amarantos é conhecida como a Beyoncé do Pará. Mas, depois de suas andanças pelos Estados Unidos e Europa — que os fãs poderão acompanhar a partir de 19 de setembro na série ‘Gaby Gringa’ (no canal Bis, às 19h) — dá para imaginar uma seguidora da paraense surgindo fora do Brasil, tamanha a receptividade que hits como ‘Xirley’ e ‘Ex Mai Love’ tiveram em terras estrangeiras.
“Seria ótimo isso, né? Mas sempre vão me comparar com a Beyoncé. Ela é pop! Também falam que eu sou a Björk do Brega, a Lady Gaga do Jurunas (bairro de Belém)...”, graceja Gaby, um dos nomes brasileiros a lotar o Central Park no festival ‘Summerstage’, em julho. Ficou emocionadíssima ao colocar a plateia para tremer (a dança do treme é muito popular no Pará e deu título a seu disco de estreia, ‘Treme’, de 2012). “A cultura do Pará esperava por isso”, acredita.
Em ‘Gaby Gringa’, ela canta bastante — até jazz, durante uma visita ao clube Birdland, em Nova York, onde a diva Billie Holiday (1915-1959) iniciou sua carreira. Promove encontros com amigos como Maria Gadú, Emicida e Seu Jorge (“ele pediu para cantar um carimbó, falou que adorava!”, lembra), que também estavam a trabalho em Nova York. Mostra a galera do Harlem Samba (que toca o ritmo no famoso bairro negro de Nova York). Já na Europa, encara 40 mil pessoas na plateia de um festival de world music na Bélgica.
O lado internacional de Gaby não para por aí: ela é a voz da campanha da Coca-Cola para a Copa, com a música ‘Todo Mundo’, ao lado do Monobloco. “Vamos lançar a música na Costa Rica em setembro”, diz. No mesmo mês, ela lança o clipe de ‘Gemendo’, gravado em Nova York. Mas volta em breve para o Pará, para gravar seu próximo DVD, ainda sem previsão de data.
Ela também ataca no cinema: interpreta a si própria em ‘Crô — O Filme’, que estreia no fim do ano, com direção de Bruno Barreto. “Dei risada o tempo todo. O Crô (personagem de Marcelo Serrado na novela ‘Fina Estampa’) vai sair em busca de uma nova ‘Rainha do Nilo’ (como ele chamava sua patroa na novela) e eu sou uma das opções”.
Muito ativa no Instagram e no Facebook, ela muda de visual sempre e vive postando fotos. “Volta e meia aparece alguém me criticando quando ponho uma peruca, um batom azul. As pessoas ficam se agredindo na internet, ‘trollando’ as outras, e precisam ser menos caretas, mais felizes. Levanto a bandeira da felicidade”, diz a cantora.
Ela riu bastante do vídeo em que o presidente da comissão de direitos humanos da câmara, Marco Feliciano, é sacaneado por dois rapazes que dançam ‘Robocop Gay’, dos Mamonas Assassinas. “Ele tem que passar por esse tipo de constrangimento sempre, já que não quer largar o cargo”.
Com tanto trabalho, só não dá tempo é para namorar. “Estou solteiríssima. Já engatei vários relacionamentos, mas quero cuidar de mim e da minha carreira”, diz a mãe do pequeno Davi, 4 anos.