Rio - Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura, já havia avisado que a banda valorizaria material raro ("lados-B", como afirmou) em seu show com Zé Ramalho - que fechou o Palco Sunset neste domingo, segundo dia de heavy metal no Rock In Rio e encerramento do evento.
Foi o que fizeram, iniciando com 'Dark Wood of Error' (do disco 'Dante XXI', quarto álbum lançado com Derrick Green no vocal, em 2006). Prosseguiram com um hit das antigas, 'Inner Self', e puseram mais raridades no set list: 'Propaganda', 'Dusted' e a versão da banda para 'The Hunt', do grupo americano New Model Army, gravada no álbum 'Chaos AD' em 1993 e nunca apresentada ao vivo.
A releitura de 'Da Lama Ao Caos', de Chico Science & Nação Zumbi (single do álbum vindouro do grupo, 'The Mediator Between The Head and The Hands Must Be The Heart') levou Andreas para os vocais e Derrick para a percussão. Foi a deixa para a entrada de Zé Ramalho.
Meio tímido diante do público do Sepultura, mas extremamente simpático e muito bem recebido, abriu com 'Dança das Borboletas', música de seu repertório regravada por ele e pela banda para a trilha do filme 'Lisbela e o Prisioneiro'. A aceitação do público do Sepultura por Zé foi tão boa que até mesmo garotos com camisa do Slayer (banda que se seguiria a eles, já no Palco Mundo) gritavam, pedindo por 'Avohai' e 'Admirável Gado Novo'.
Na sequência, mais Zé e Sepultura (com Derrick firme na percussão e nos backing vocais guturais) em 'Jardim das Acácias', 'Mote das Amplidões', 'Em Busca do Ouro' (do repertório solo de Andreas), 'Ratamahatta' (única música do Sepultura que Zé cantou junto com eles, e trazendo mais uma vez Andreas no vocal) e, fechando, a pedida 'Admirável Gado Novo' em versão heavy metal, mas lembrando justamente Nação Zumbi. "Tá f... isso aqui! Estamos fazendo um show especial, único, celebrando quase 30 anos de carreira. Tivemos dois dias de heavy metal no Rock In Rio pela primeira vez, graças a vocês", bradou Andreas.