Pathy Dejesus - Divulgação
Pathy DejesusDivulgação
Por Gabriel Sobreira

Rio - Neste mês de março, Pathy Dejesus vive um momento especial na carreira. São três personagens fortes na TV por assinatura: uma noiva intrigada com o sexo no quarto vizinho ao seu em 'Desnude', do canal GNT; uma mulher de periferia espancada, estuprada e assassinada, vítima de ódio racial em 'Rotas do Ódio', do canal Universal; e uma stripper e garota de programa que diz para o noivo que é operadora de telemarketing e se apaixona por um outro quando menos espera em 'Rua Augusta', do canal TNT.

"Em pouco meses, parece que fiz um intensivão. Estou em um momento especial. Mas que faz parte do processo. A gente planta e colhe frutos, e planta e colhe de novo. Às vezes, planta e não nasce nada. Mas eu me mantenho focada de estar sempre plantando oportunidades para colher isso em algum momento lá na frente", explica a atriz, apresentadora, que ainda se divide entre estúdios e as apresentações de DJ de hip hop e rap. "Dia 17, sábado, eu toco em uma festa que eu amo: a 'Mistura Fina'. Vai ser em Brasília", completa.

De olho no telão

Distante das novelas desde 'I Love Paraisópolis', em 2016, na Globo, Pathy conta que optou por chegar o mais perto possível da linguagem de cinema e esse é o desejo dela como atriz no momento. "E uma coisa não anula a outra. Tenho vontade de fazer novela, sim. Nesse momento, estou focada em fazer séries, que chegam mais perto de linguagem de cinema. Estou estudando para isso, me dedicando para isso, e isso não significa fechar portas para qualquer oportunidade, e eu amo trabalhar, amo o meu ofício e vou me dedicar ao que aparecer", reforça.

'Rua Augusta'

Em 'Rua Augusta', série que estreia quinta-feira, às 22h30 - com exibição de episódio duplo - Nicole ganha a vida dançando. O noivo, Bruno (Jonathan Haagensen), a deixa na porta do trabalho de telemarketing no turno da noite, mas nem desconfia que a amada na verdade o engana e trabalha como stripper e garota de programa de um clube na Rua Augusta, icônica rua que dá nome à série.

"Assim que ele (Bruno) sai, ela vai para a batalha", explica Pathy, que teve sua adolescência e começo da fase adulta no ápice da Rua Augusta. "Hoje está totalmente repaginada. Era a rua dos puteiros, era meio que até proibidão de passar por lá. Não cheguei a tocar lá, mas frequentei o Vegas (casa noturna que fechou em 2012). Na época, era casada com um DJ (DJ Primo) que tocava lá e frequentei bastante a Rua Augusta por causa disso", lembra a ex-modelo.

Para compor a personagem, Pathy conta que cortou um dobrado na hora de fazer strip tease. "Tive que achar sensualidade no andar, no gestual, aprender a dançar no pole dance. Me ralei toda, me machuquei, mas faz parte do processo. A gente sempre carrega coisas de personagens conosco, e uma delas foi essa: sou apaixonada por pole dance hoje", confessa, aos risos.

Apesar de a personagem ser de um ambiente pesado de exploração sexual, drogas, foi a leveza dela que seduziu a atriz. "Ela é solar, de grandes gargalhadas, consegue passar como uma pluma pelo processo da série. Acho que ela deve ser o personagem mais leve. Mas isso não significa sem carga dramática", frisa.

A vida da moça sai dos eixos quando conhece Emílio (Rodrigo Pandolfo), e isso ameaça o relacionamento dela. "O encontro com Emílio vem com um arrastão de emoções. Ela não sabe lidar com isso", entrega a atriz. "Não sei se é possível amar duas pessoas ao mesmo tempo. Comigo nunca aconteceu e não duvido de nada. Cada pessoa é uma pessoa", desconversa.

'Rotas do Ódio'

No próximo dia 18, às 23h, Pathy estreia na primeira temporada da série 'Rotas do Ódio', vivendo Jaqueline, o papel central de um assassinato que a produção aborda nesta temporada. A personagem é uma jovem da periferia de São Paulo. Foi criada pela tia, tem um filho e descobre estar com câncer, além de todas adversidades que já rolam na vida dela. E isso faz com que ela vá atrás do pai da criança. É aí que ela é espancada, estuprada e assassinada.

"Nunca é fácil gravar cena de estupro. É diferente do que acontece com a Nicole (da série 'Rua Augusta', do canal TNT), que é uma coisa dominante da parte dela, em relação ao sexo e ao parceiro. A Jaqueline está sendo estuprada e espancada. E além disso, existe uma situação de agressão racial, de ódio racial mesmo. Foi muito difícil de fazer essas cenas. Para conseguir filtrar e deixar só a personagem ali, foi complicado. Felizmente, tive o apoio da diretora Susanna Lira e toda sua equipe. Todos me ajudaram muito", comemora.

Maternidade

Aos 40 anos, Pathy diz que já passou da fase de ligar para o que a sociedade quer, principalmente quando o assunto é a maternidade. "Não me incomoda mais, nenhuma pressão me abala mais. A não ser a minha mesmo. Obviamente, quero ser mãe, não sei se vai ser biológico ou uma criança que vou adotar", explica. Pathy diz que se dá muito bem com crianças, que tem muitos sobrinhos e que o universo infantil não lhe é um bicho de sete cabeças. "Adoraria ser mãe. Isso é um projeto para médio, curto prazo", afirma.

Playboy

Em 2016, a atriz, apresentadora e DJ aceitou um convite para estampar as páginas da revista 'Playboy'. "Aceitei porque fui a primeira negra a fazer uma capa de aniversário da 'Playboy' e isso me motivou. Não foi cachê. Se eu faria de novo? Se eu tivesse outro apelo. Mexeu comigo ser a primeira negra a fazer capa de aniversário. Eu faria. Tendo um propósito que mexa comigo e que tenha a ver com o que eu acredito. Adorei o resultado. Trabalhei com profissionais que conheci lá atrás, quando era modelo. Com um time bom desses, dá para encarar qualquer projeto que valha a pena", diz.

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