Exposição A arte eletrônica na época disruptiva leva centenas de pessoas ao CCBB, no Rio de Janeiro - Tomaz Silva / Agência Brasil
Exposição A arte eletrônica na época disruptiva leva centenas de pessoas ao CCBB, no Rio de JaneiroTomaz Silva / Agência Brasil
Por Agência Brasil

Rio - O visitante da exposição "Disruptiva - A arte eletrônica na época disruptiva" não vai ficar apenas na contemplação das obras. Se quiser, pode participar de uma experiência que usa a tecnologia para propor novas sensações.

Em muitos espaços culturais, o visitante é obrigado a manter distância, mas neste caso, vai poder tocar, balançar, deitar e interagir com as obras. Mas, se não quiser, pode apenas acompanhar os movimentos de quem esteja buscando uma participação diferente.

A exposição gratuita está instalada no térreo e no 1º andar do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no centro do Rio de Janeiro. Reúne mais de 120 obras de 85 artistas de 29 países, entre eles, Alemanha, Estados Unidos, Espanha, Polônia, Reino Unido, Argentina, Japão, Irã, Uruguai, e México. Celina Portella levou para a mostra a obra Vídeo-Boleba, que provoca os visitantes com bolinhas de gude, que surgem a partir de uma imagem de vídeo.

Na obra Swing, de Christin Marczinzik e Thi Binh Minh Nguyen, quem quiser pode sentar em um balanço, botar óculos 3D e, com a intensidade dos movimentos, vai acionar animações em realidade virtual.

Uma outra obra que chama atenção do público é a Nemo Observatorium, de Lawrence Malstaf. Nela, o visitante poderá se sentir no centro de um furacão. O vento forte dentro de um cilindro de plástico movimenta minúsculas bolinhas de isopor que dão a sensação do fenômeno da natureza.

Do mesmo artista, também tem destaque na exposição a obra Shirink. Quem observa vê uma pessoa embalada a vácuo. Uma estrutura metálica sustenta duas grandes folhas de plástico transparente. Com o uso de aparelho, o ar interno entre elas é sugado gradualmente até que o corpo fique embalado e suspenso.

Performance

A pessoa que fica dentro da instalação é que regula o fluxo de oxigênio. Durante a performance, a pessoa se move lentamente. O público vai poder interagir também com a Shirink, mas terá o acompanhamento de profissionais e somente os performers terão permissão para permanecer até 20 minutos na instalação.

“Esses performers foram treinados para entrar lá e ficar até 20 minutos; serão os únicos que poderão chegar a este ponto. O público poderá entrar e experimentar através de uma orientação de uma das pessoas da nossa equipe no tempo que ele quiser, porque na hora em que se incomodar, ele só avisa a essas pessoas e é tirado da experiência. Aquilo lá está ligado a um aspirador de pó que faz a circulação do ar e ela (a pessoa que está dentro) tem o controle interno por um tubo”, disse Paula Perissinotto, curadora e organizadora da mostra junto com Ricardo Barreto.

A Disruptiva é uma iniciativa do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File). Segundo a curadora, o conceito de disruptiva vem da economia para ilustrar uma situação de ruptura de um produto que se tornou obsoleto.

“Na verdade a gente incorporou isso como proposta e propõe uma ruptura no procedimento de comportamento dentro de um espaço expositivo. Você vem para uma exposição normalmente, e a proposta de visitação e a forma como se comporta é de contemplar, olhar, de não tocar e de não se envolver com a mostra. O que a gente propõe é exatamente o contrário. Você pode, sim, contemplar a interação do outro, a participação do outro, mas também vai poder vivenciar, experimentar, entrar em mundos virtuais e conhecer outras formas de produção artística”, afirmou.

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