Danrley e Rodrigo, parceiros no teatro pós-BBB - Júlio Ricardo
Danrley e Rodrigo, parceiros no teatro pós-BBBJúlio Ricardo
Por Lucas França

Rio - Depois de fazer sucesso e conquistar inúmeros fãs na edição de 2019 do 'Big Brother Brasil', a dupla Danrley Ferreira, de 20 anos, e Rodrigo França, 41, segue com trabalhos coletivos. O mais novo projeto é a peça 'Oboró - Masculinidades Negras', escrita por Adalberto Neto, dirigida por Rodrigo e que conta com a atuação de Danrley. Desafios, lutas e conflitos do homem negro são apresentados em nove cenas que harmonizam encenações com música e dança.

O espetáculo conta com dez atores que representam personagens com características de orixás, como Exu, Oxóssi, Xangô, entre outros. Desta forma, ao combinar discussões da sociedade contemporânea com ancestralidade africana, Rodrigo mostra "um contraponto ao mundo que coloca o homem negro como objetificado e hipersexualizado". Danrley assina embaixo: "Falar sobre masculinidade e afeto em tempos de distúrbio e intolerância, para mim, é algo que não tem preço", afirma.

'Oboró' não é a primeira oportunidade em que os ex-BBBs fazem uma dobradinha. Recentemente, Rodrigo dirigiu a peça 'Inimigo Oculto', espetáculo itinerante que marcou a estreia de Danrley nos palcos. Para o jovem, que pretende seguir carreira de ator, "ser dirigido pelo Rodrigo é como estar em uma faculdade, onde os ensaios são aulas". França, que trabalha com teatro há 27 anos, quando Danrley sequer sonhava em nascer, está contente com as atuações do aprendiz.

"Eu posso até arriscar que, depois do 'Oboró', Danrley vai voar sozinho. Ele não quis entrar logo para a televisão, faz teatro porque entende que ali é a casa do ator. Danrley Ferreira será um dos maiores atores que deste país", defende o diretor.

Rodrigo conta que a experiência no 'BBB' foi um momento de "quebrar a bolha da classe média", público para quem ele falava há algum tempo nas peças que já fez. A experiência ao levar questionamentos presentes em espetáculos de teatro para o programa, diz o diretor, lhe deu visibilidade.

"Descobri que para os meninos do Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas), sou um grande ídolo, fui lá falar com eles. Cheguei na comunidade carcerária de Bangu, nas favelas. Quando eu ia imaginar que a minha voz chegaria tanto?", diz o diretor.

AFETO E RESPEITO

A peça fica em cartaz no Teatro Sesi (Avenida Graça Aranha 1, Centro) até domingo (1º de setembro). As apresentações são de quinta a sábado, às 19h, e domingo, às 18h. Os ingressos custam R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia). Com classificação etária de 14 anos, o espetáculo está, diz Danrley, "cheio de afeto, amor e respeito".

 

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