DJ Zullu
DJ ZulluBruno Trindade/Divulgação
Por Filipe Pavão*
Rio - Cria de Duque de Caxias, flamenguista e apadrinhado por Anitta, DJ Zullu conquistou a web com suas mixagens de funk. Aos 22 anos, Ruan de Oliveira leva o funk dos bailes cariocas Brasil afora e planeja parcerias internacionais para conquistar os gringos também. Atualmente, divulga o single “Ferrari”, que foi lançado neste mês e conta com as participações do produtor JS, o “Mão de Ouro”, e da influenciadora Gkay.
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“Daqui a cinco ou dez anos, eu me vejo seguindo carreira internacional e fazendo shows para os gringos. Foco muito nisso porque é uma parada que almejo muito”, diz Zullu, que adianta, com exclusividade ao DIA, um lançamento “muito bacana” com os rappers norte-americanos Barlito e Popp Hunna. No mês de abril, Zullu, Mc Don Juan e MC G15 se unem aos gringos na versão remix de “Honky Tonk”.
Enquanto o próximo single não vem, Zullu foca na divulgação de “Ferrari”, que foi escrita por ele, Umberto Tavares e Jefferson Junior. A produção traz intencionalmente aires animados para provocar saudade das festas e das baladas, que estão proibidas por conta do agravamento da pandemia da Covid-19 no Brasil.
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“A gente viajou muito na ideia da mulher solteira na balada, no batom e no beijo dela... Se o malandro ficasse com ela, ele teria de botar o cinto de segurança porque a viagem seria muito louca. Ele ficaria amarradão”, explica o DJ sobre a composição.
Zullu detalha que as parcerias surgiram naturalmente. Ele já acompanhava o trabalho do pernambucano JS, conhecido como "Mão de Ouro", e revela que o produtor topou o projeto de cara. Quanto à influenciadora Gkay, ele queria uma voz feminina que não fosse conhecida como uma cantora e se lembrou da amiga.
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“Quando a gente lançou, a galera ficou surpresa com a Gkay cantando e isso deu um ‘buzz’ maneiro em cima do lançamento”, conta ele, que usou o trecho de um vídeo da influenciadora no TikTok (“Ele não vale um centavo, mas se deixar, eu sentava”) para compor a letra da música.
Devido à pandemia, ele prefere não gravar videoclipes presenciais. Por isso, seus últimos lançamentos são em formato de desenho animado. Desta vez, ele optou pela estética dos games dos anos 80 para a “galera se identificar muito e relembrar a infância”.
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Trajetória
Zullu, que começou a tocar aos 11, viralizou na web após postar um vídeo gravado por um amigo em uma festa. Dormiu com menos de 1000 seguidores no Twitter e acordou com mais de 20 mil. Para ele, foi um divisor de águas na carreira e permitiu que fosse convidado para cantar em bailes fora de Caxias. “Eu sou flamenguista e lembro que até o Vinicius Jr. me mandou mensagem. Fiquei sem acreditar, mas foi muito bacana. Meu celular não parava de tocar”, relembra com entusiasmo.
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O que ele não esperava é que seria levado de surpresa para cantar na festa de Anitta em 2018 e cairia nas graças da cantora, que o convidou para tocar em festivais como o Rock in Rio Lisboa e no bloco carnavalesco da artista. Além disso, a parceria rendeu o hit “Eu Não Vou Embora”.
“Ela gosta muito de apadrinhar as pessoas. Logo assim que a gente fez a música, ela me levou para o Rock In Rio. Quando eu cheguei lá, subi no palco e vi aquele monte de gente... Foi uma parada muito surreal levar alegria para eles. Poder fazer o que eu amo fora do Brasil, é muito gratificante. Sou muito grato a ela e a Deus por ter me proporcionado isso”, afirma.
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Amor pelo funk
Zullu define o funk como “um ritmo que não tem como ficar parado”. E ele tem propriedade para falar isso não só por tocar sets com batidas contagiantes, mas também por enxergar maior difusão do gênero pelo Brasil afora.
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“O funk está tomando essa proporção graças a figuras como a própria Anitta, Kevin O Chris e muitos outros. E sempre que eu vou tocar em lugares diferentes, que ainda não consomem funk, a galera curte muito. Quando fui a Paris, no lançamento do perfume do Neymar, eu comecei a tocar e a galera ficou enlouquecida”, relembra o DJ, que se apresentou na capital francesa em 2019.
* Estagiário sob supervisão de Tábata Uchoa