Chico Diaz
Chico DiazPedro Lamare
Por O Dia
Rio - “É preciso gritar. Como artista, é obrigação gritar. O grito foi dado ao homem; é uma forma de defesa como outra qualquer”, explica o ator Chico Diaz sobre o motivo para voltar a encenar a peça “A lua vem da Ásia”, que ele mesmo adaptou do romance homônimo do escritor mineiro Walter Campos de Carvalho (1926-1998). O espetáculo – que teve sua primeira montagem em 2011 – volta em versão mais leve, mais bem-humorada e concisa no dia 28 de março, com transmissão on-line diretamente do Teatro PetraGold, com acessos vendidos a R$ 20. As sessões aos domingos, às 18h, e a temporada vai até 18 de abril.
A obra surrealista, carregada de humor ácido, levanta questões sobre os limites do poder, das hierarquias e o lugar de cada cidadão na sociedade. “Tudo a ver com o momento que estamos vivendo”, justifica Chico Diaz, que vem aproveitando a pandemia para mergulhar dentro de si mesmo, estudar e preparar um documental que tem a ver com esse espetáculo. É o “Diário dentro da noite”, filmado durante o confinamento ano passado.
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Procurando perspectivas, pontos de fuga, por meio da memória, do imaginário e dos afetos, Chico Diaz usa a arte para provocar reflexões e ações. Afinal de contas, o texto fala sobre lucidez e loucura, prisão e liberdade. Para o ator, esta nova versão é mais afiada no diagnóstico dos tempos e se encaixa melhor no atual momento. Ele aproveita a temporada carioca para amadurecer e azeitar a nova montagem que vai levar para Portugal, em julho, para apresentar no Festival de Almada, organizado pela Câmara Municipal de Almada.
Em breve, Chico Diaz também poderá ser visto na produção da HBO norte-americana com direção de Bruno Barreto, “American Guest”, interpretando Marechal Rondon durante uma visita do presidente Theodore Roosevelt, dos Estados Unidos, à Amazônia. Aliás, vem muito mais por aí... Chico Diaz está em vários filmes ainda a serem lançados: “O homem onça“, de Vinicius Reis; Vermelho Monet”, de Halder Gomes; “O ano da morte de Ricardo Reis”, de João Botelho; e “A casa do girassol vermelho”, de Eder Santos.
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Mais sobre “A lua vem da Ásia”
O romance de Campos de Carvalho é um livro limite: o que está durante todo o tempo por um fio é a capacidade do homem de ser livre e de pensar livremente. O personagem, encerrado na voz de uma primeira pessoa narrativa, inicia seu ambicioso projeto de libertação a partir da própria linguagem, pois a expressão é o seu único escape. O personagem reflete o complexo comportamento da sociedade ocidental a partir da expansão da cultura de massa, marcado pelo isolamento e perda do sentido de coletivo, pela desmaterialização da realidade e pela fragmentação do indivíduo.
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A peça “A lua vem da Ásia”, assim como o livro, levanta questões sobre os limites do poder, das hierarquias e o lugar de cada cidadão na sociedade.
Sinopse
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A peça retrata o diário de um homem hospedado em um hotel de luxo – ou talvez um campo de concentração ou um manicômio. Tendo a loucura como tema central, o protagonista enfileira recordações (ou alucinações?) de suas passagens por diversos países, tornando-se o narrador de A peça retrata o diário de um homem hospedado em um hotel de luxo – ou talvez um campo de concentração ou um manicômio. Tendo a loucura como tema central, o protagonista enfileira recordações (ou alucinações?) de suas passagens por diversos países, tornando-se o narrador de um mundo governado pela lei do absurdo, mas que parece assustadoramente semelhante à nossa normalidade.
Serviço
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“A lua vem da Ásia”
De 28 de março a 18 de abril
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Sessões aos domingos, 18h
Diretamente do palco do Teatro PetraGold com transmissão on line
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Onde comprar e assistir: https://www.teatropetragold.com.br
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Gênero: drama
Classificação: livre