PJ Kaiowá
PJ Kaiowáfotos Ivson Lima/divulgação
Por Juliana Pimenta
Rio - Nesta terça-feira, é comemorado o Dia do Orgulho Nerd. A data celebra não só os filmes, livros e produtos de uma tribo muito fiel, mas também seus artistas, como é o caso do carioca PJ Kaiowá. Quadrinista, PJ tem se tornado referência no exterior por seus trabalhos em HQs, como no thriller policial 'Carnívora', que chegou a ser lançado pela editora americana Behemoth Comics. 
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Fã assumido do universo geek, PJ fala com orgulho da data e define o que é, para ele, ser um nerd. "É uma loucura! (risos) É se permitir viajar entre mundos e entender que a vida pode ser mais do que o cotidiano comum", destaca o artista que vê uma característica especial na forma do brasileiro consumir a cultura nerd. 
"Temos uma paixão aqui que é muito característica do nosso povo. Brasileiro é intenso com as coisas que gosta, desde dos supers, bruxos e fadas, como robôs gigantes, samurais e colegiais, e defende suas paixões. acho que a palavra é essa mesmo: intensidade", explica PJ.
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Consciência e representatividade
No cotidiano retratado em seus quadrinhos, PJ também mostra aspectos importantes da cultura carioca, como a vida nas comunidades, personagens negros e outros aspectos das periferias. Para o artista, essa é a sua forma de exaltar o que o Brasil tem de melhor e dar esperanças para os que acompanham seu trabalho.
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"Vai ser tipo um guia, sabe. Alguém que diz 'me dê sua mão que vou te mostrar o mundo'. E isso pode dar novo rumo a alguém que já se deu como vencido. Dá perspectivas. Esperança. Crescemos sendo influenciados intensamente pela cultura e cotidiano de outros países. Somos bombardeados o tempo todo e, claro, com isso a tendência é acharmos aquilo melhor do que qualquer coisa feita aqui. Na minhas histórias, eu tento mostrar que não! Que temos riquezas e cultura desejadas por muitos outros lugares. Quero mostrar que temos raízes fortes, que temos identidade. temos ancestralidade e um gingado que é difícil encontrar em outros lugares", exalta o artista. 
Mas a vertente social do trabalho de PJ não para por aí. Para o quadrinista, é importante que o público brasileiro não só testemunhe, mas participe de suas vitórias. "Faço questão de trazer todo mundo junto para vivenciarmos cada perrengue como as vitórias também. Sinto que eles gritam comigo a cada 'gol'. Fora daqui tem aquele 'quê' de curiosidade, de entender… acho isso bem legal. Nota-se que o mundo quer saber mais da gente e o público estrangeiro tem muito carinho pelos artistas brasileiros", explica. 
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Próximas artes
Além dos quadrinhos, PJ continua se arriscando em novos trabalhos e, pelo visto, tem muitos projetos ambiciosos pela frente. "No momento, estou trabalhando em uma série em quadrinhos para a editora nigeriana Tag Comics, estou em pré-produção do meu próximo curta-metragem, trabalhando também na versão física da minha webcomics Trato Sujo e com uma atriz e escritora inglesa no projeto de uma graphic novel", revela.