Silva comemora dez anos de carreiraDivulgação

Rio - O que pode mudar ao longo de uma década? Em 2011, o cantor Silva trilhava seus primeiros passos no mercado da música com um EP homônimo. Hoje, aos 33 anos de idade, já lançou seis discos, fez shows Brasil afora e cantou com nomes como Anitta e Ludmilla. Para celebrar os dez anos de carreira neste mês de outubro, o cantor e compositor divulga um novo álbum, o “De Lá Até Aqui”, que traz nove regravações e uma canção inédita em formato intimista. Em entrevista ao DIA, o artista capixaba reflete sobre sua trajetória musical.
“Parece uma vida inteira. Nesses dez anos, minha música mudou. As experiências que eu vivi me mudaram muito por dentro e hoje tenho uma consciência maior do meu propósito como músico e compositor. Nada melhor que a experiência de vida para deixar a gente mais seguro dentro de si”, diz o cantor.
Sintetizar uma década de lançamentos em apenas nove faixas não foi uma tarefa simples, mas ele explica como foi o processo de curadoria do próprio repertório. “Realmente, não foi fácil. Meu critério foi escolher as músicas que me marcaram mais na época de lançamento e que soariam bem em um formato mais simples, como voz e violão ou voz e piano. Esse disco poderia ser um disco triplo se eu fosse colocar tudo que eu queria”, detalha.
Silva tem o amor como uma de suas marcas registradas, o que é possível sentir no novo lançamento. Questionado sobre o porquê de compor e cantar o amor, ele reflete sobre o assunto e devolve a pergunta. “Amo cantar o amor, talvez por conta das coisas que mais ouvi durante a vida. Meus artistas prediletos, do jazz à MPB, sempre cantaram sobre o amor. Não sei te responder porque eu canto sobre ele, é algo que está em mim. Prefiro te devolver essa pergunta: por que não cantar sobre o amor?”, indaga, aos risos.
Felicidade nos detalhes
A única música inédita do projeto, “Pra Te Dizer Que Tô Feliz Assim”, abre o disco e funciona praticamente como um aviso aos fãs para dizer que, apesar das notícias que circulam neste cenário de pandemia, ele se sente bem.
“Hoje, ter saúde me deixa feliz. Saúde física e mental. Vi tantos amigos perderem parentes, amores e vi outros tantos perderem a cabeça e passarem por crises psicológicas horríveis. Eu passei por um término de relacionamento no meio da pandemia (com o estilista Renan Mantovaneli), tive crises de ansiedade e hoje me sinto bem de novo”, revela o cantor.
E a pandemia, claro, tem relação direta com o formato escolhido pelo artista para sintetizar seus primeiros dez anos de carreira. “Ainda estamos vivendo uma pandemia e eu queria que as pessoas tivessem a sensação de que eu estava ali na casa delas tocando com elas. Quase que compartilhando a solidão que esse momento nos fez sentir”, explica.
Mas como Silva não pode entrar no lar de cada fã, ele optou pelo inverso: levar os fãs para dentro de sua casa, na serra do Espírito Santo, ao disponibilizar videoclipes gravados no local. Essa moradia, inclusive, foi construída pelo cantor e seu irmão, Lucas. “Além de meu irmão, sempre foi um amigo, sempre foi aquele irmão mais velho que eu imitava em tudo, pegava suas roupas para parecer com ele. Hoje ele é meu empresário, meu parceiro de composição e meu amigo mais chegado”, homenageia Silva.
Próximos passos
Silva revela que, pela primeira vez, lançou um álbum sem pensar em turnê para divulgá-lo. Ainda assim, o artista espera ansiosamente para voltar aos palcos e lamenta estar afastado tanto tempo do público que vai aos seus shows Brasil afora devido à pandemia da covid-19.
“Não vejo a hora de voltar aos palcos. Já tive sonhos, pesadelos, já me peguei pensando no que usar no próximo show. Nunca fiquei tanto tempo longe dos palcos e espero que esse retorno aconteça em breve”, revela ele, que imagina como estará daqui a dez anos, com 20 anos de carreira.
“Se tudo der certo, eu me imagino compondo as melhores canções da minha vida, cantando mais bonito do que canto hoje e sem perder o tesão na música que faço. Isso é o mais importante para mim, o resto é ventania”, reflete Silva.