Marília Mendonça e Gal CostaReprodução

Rio - A turnê ‘As Várias Pontas de uma Estrela’ desembarca no Vivo Rio nesta sexta-feira e o nome não poderia ser mais propício para apresentar um show de Gal Costa. Uma das maiores estrelas da música brasileira, a cantora retorna aos palcos com uma alegria que promete contagiar seu público fiel.


“Voltar tem sido maravilhoso. Eu estava com muitas saudades dos palcos. As lives que eu fiz ajudaram a matar as saudades, mas estar na presença do público, com a energia das pessoas, é incomparável. Não sei ficar longe dos palcos, é ele quem me traz serenidade e energia”, conta Gal que, aos 76 anos de idade, revela como fez para se manter sã no período de reclusão imposto pela pandemia.

“Eu sou mais caseira naturalmente, gosto de ficar em casa. Lógico que quando isso é imposto, fica mais difícil. Senti falta de ver as pessoas, de poder sair com tranquilidade, mas entendi que era o momento de me cuidar e cuidar dos outros. Aproveitei para curtir mais o Gabriel, assistir séries, ler e cuidar de mim”, explica a cantora fazendo referência ao filho de 16 anos.

Repertório especial

Com muitos sucessos eternizados em sua voz, Gal teve dificuldades em escolher quais músicas entrariam no show desta sexta-feira. Além de cantar poesias de Chico Buarque, Caetano Veloso, Dorival Caymmi e Tom Jobim, a cantora faz uma homenagem a outro grande artista brasileiro.

“Nesse show, eu canto músicas do Milton Nascimento, além de outros compositores. Foi difícil montar um roteiro em que os sucessos todos fossem contemplados, mas acredito que tenha ficado muito bonito”, destaca Gal, que também quer mostrar um pouco de ‘Nenhuma Dor’, seu álbum mais recente, lançado na pandemia.

“Esse era um projeto que chamava ‘Gal 75’, que a gente tinha a intenção de fazer virar um disco. O Marcus Preto teve essa ideia antes da pandemia, mas ele foi concretizado durante esse período. O ponto de partida desse trabalho é que são todos os cantores homens que foram influenciados pelo meu trabalho. Eu tenho uma grande influência de um cantor homem, que é o João Gilberto, então o Preto teve a ideia de juntar esses artistas. A escolha de cada convidado foi feita a quatro mãos, a partir daí. Eles me foram trazidos pelo Preto e eu recebi com muito amor. Já conhecia o trabalho de todos eles, com alguns até já tinha trabalhado antes. A ideia era regravar sucessos meus que não estavam nos dois shows anteriores. Separamos algumas faixas, mas alguns convidados sugeriram também outras canções”, descreve Gal.

Parceria especial

E falando em parceria, a cantora lembra com carinho de uma de suas colegas de trabalho: Marília Mendonça. Com uma música em parceria com a sertaneja, que morreu aos 26 anos, na última sexta-feira, vítima de um acidente aéreo, Gal lembra detalhes do encontro entre as duas.

“A música que gravamos juntas fala de um amor não correspondido, mas eu quis cantar de maneira alegre e dançante, para seguir a sonoridade do álbum. Quando eu disse que gravaríamos juntas, ouve uma reação contra e algumas pessoas não gostaram. Mas acontece que eu via nela uma cantora muito singular, que se destacava demais nesse estilo sertanejo. Ela tinha uma maneira única de compor e cantar, um talento enorme. Além disso, a ideia de gravar uma sofrência em um álbum disco music me pareceu extraordinária. Então, eu a procurei e nós gravamos juntas. Foi um dia maravilhoso, ela era muito carinhosa”.

Serviço:

Sexta, às 22h
Vivo Rio. Av. Infante Dom Henrique, 85 - Parque do Flamengo
Ingressos: a partir de R$ 120
*Necessária comprovação de vacinação