Daniela Mercury agita o centro com Chá da RainhaRenan Areias/Agência O Dia
Rio - Em sua estreia no Carnaval carioca, Daniela Mercury arrastou uma multidão ao som de sucessos como "Rapunzel", "Toda menina baiana", "Swing da cor" e "País Tropical" no bloco Chá da Alice, rebatizado para Chá da Rainha, em homenagem aos 40 anos de carreira da artista. O colorido das fantasias e acessórios do movimento LGBTQIA+ lotaram a Rua Primeiro de Março, no Centro, na manhã deste domingo (21), e a festa, que faz parte do primeiro fim de semana de megablocos do Rio, foi marcada pela diversidade.
Por conta da chuva que atingiu o município durante a madrugada, o bloco teve início com cerca de uma hora de atraso, mas o tempo fechado não espantou os foliões, que já lotavam a via atrás do trio, por volta das 9h. Antes mesmo do início do show, um grupo acompanhava a passagem de som e a cantora aproveitou o momento para saudar o Rio de Janeiro, o público carioca e o padroeiro da cidade, São Sebastião, ao som de "Salve Jorge".
Ao lado do Balé Folclórico da Bahia, de sua banda e backing vocals, a cantora fez o público vibrar e dançar com a mistura do axé, samba e MPB. "É uma alegria muito grande cantar pela primeira vez no Carnaval do Rio, essa cidade linda que eu amo!", declarou. "Vocês sabem que eu sou cidadã do Rio, né?", continuou a artista antes de embalar quem seguia o bloco com uma de suas músicas mais conhecidas, "O canto da cidade", que foi acompanhada pelo coro dos foliões animados.
Representante de movimentos de lutas pelos direitos LGBTQIA+, a baiana celebrou a diversidade de gênero e religiosa ao longo da apresentação. "Quem aí gosta de macumba? Macumba é coisa boa! Quem é gay levanta a mão! No Carnaval, todo mundo se junta, todo mundo é igual, todo mundo quer se divertir!", afirmou.
Fã da artista desde 1998, o auxiliar administrativo Diego Marques, de 33 anos, chegou às 5h30 para não perder nem a passagem de som. Ele conta que já assistiu outros shows de Daniela Mercury em outros estados do país, mas disse que estava realizando o sonho de vê-la pela primeira vez em um bloco de Carnaval.
"Eu acompanhei ela em vários estados, já fui em vários shows, mas nunca tinha ido em um bloco. É uma sensação maravilhosa, a Daniela representa liberdade para mim, eu sou gay e ela fala para sermos orgulhosos de quem nós somos, ela é a nossa voz", afirmou o auxiliar, que curtiu o bloco com um abadá com a imagem da artista estampada.
"Eu acompanhei ela em vários estados, já fui em vários shows, mas nunca tinha ido em um bloco. É uma sensação maravilhosa, a Daniela representa liberdade para mim, eu sou gay e ela fala para sermos orgulhosos de quem nós somos, ela é a nossa voz", afirmou o auxiliar, que curtiu o bloco com um abadá com a imagem da artista estampada.
O professor de dança Renan Acetato, de 39 usou luvas pretas em alusão ao álbum "O canto da cidade" e se emocionou ao longo da apresentação. "Eu acompanho ela tem 35 anos, Daniele Mercury é cultura, é luta pelos nossos direitos, por igualdade social. Ela é uma rainha, estou muito feliz, espero que agora ela volte sempre ao Rio", disse.
"Ela é maravilhosa, uma diva, a rainha do Carnaval da Bahia, que finalmente está no Rio. Eu sempre venho para o Carnaval e estava faltando um bloco dela. Daniela Mercury é arte, é cultura", disse o músico conhecido como Mário Beleza, de 65 anos.
Natural do Pará, mas moradora do Rio há 21 anos, a servidora dos Correios Telma Peoli, 52, contou que acompanha a carreira da artista baiana desde o início e se fantasiou de fada em homenagem à música "Rainha Má". "Eu cheguei de madrugada para ver a Daniela. Eu acompanha ela desde sempre e eu amo a Daniela, admiro ela como artista e porque ela é a voz de muitas pautas que eu defendo, muito movimentos sociais. Ela é maravilhosa", declarou Telma.
Aos 18 anos, o auxiliar de serviços gerais Alexandre Costa conta que acompanha os blocos de Carnaval desde que tinha 12 anos. Por conta do calor ele apostou em usar apenas uma sunga e bastante glitter pelo corpo para curtir o show. Ao lado dos amigo Israel Nakamura e Yuri Santana, ele disse que não perderia a estreia da baiana por nada."Sem ela não tem Carnaval, sem ela a gente não estaria pulando Carnaval com liberdade, com amor, sendo quem a gente é. A gente se sente representado por ela. A festa está linda", falou.
Público elegia organização e segurança
Com o sol abrindo e as temperaturas aumentando na cidade, o público acompanhou empolgado o bloco, com um repertório de mais de 40 músicas. Além da revistas na entrada, equipes da Polícia Militar e da Guarda Municipal reforçaram a segurança e a ordem pública ao longo de toda a passagem do trio. Até às 11h30, não havia ocorrido tumultos ou arrastões. Em pelo menos dois pontos fixos, equipes da Cedae distribuíram água, além de ambulantes da companhia que circularam ajudando a hidratatar quem estava no local. Em diversas áreas, havia placas indicando os banheiros químicos instalados.
Morando no Rio de Janeiro há mais de 20 anos, a jornalista Laís Vargas, de 35 anos, contou que nunca tinha ido a um megabloco e decidiu levar a mãe, a servidora federal Tânia Vargas, 66, que também não conhecia o Carnaval de rua carioca, para o bloco Chá da Rainha. Mãe e filha elogiaram a organização e segurança da festa.
"É a primeira vez que eu venho em um megabloco, estou curtindo muito. Está muito organizado, vimos bastante polícia e é muito bom que estejam distribuindo água, por causa do calor. Eu nunca tinha vindo e é muito diferente ver o Centro do Rio tão colorido, a gente está tão acostumado a ver as pessoa aqui sempre na correria, trabalhando, sempre cinza, e hoje está muito colorido, muito lindo", disse a jornalista.
"É a primeira vez que eu venho em um megabloco, estou curtindo muito. Está muito organizado, vimos bastante polícia e é muito bom que estejam distribuindo água, por causa do calor. Eu nunca tinha vindo e é muito diferente ver o Centro do Rio tão colorido, a gente está tão acostumado a ver as pessoa aqui sempre na correria, trabalhando, sempre cinza, e hoje está muito colorido, muito lindo", disse a jornalista.
Para a esteticista Pamela Cristina, de 35 anos, o Carnaval do Rio nunca esteve tão organizado e seguro quanto em 2024. "Eu venho todo ano, Carnaval pra mim é no Rio, eu não gosto de viajar e nem ir para outro lugar, eu gosto de bloco, não tem Carnaval igual do Rio. Esse ano está muito bom, tem bastante policiamento, teve revista, o pessoal não entrou com garrafa de vidro, tudo muito tranquilo. Eu cresci ouvindo as músicas da Daniela, então finalmente ter ela em um bloco no Rio está sendo incrível", celebrou.
Rio tem fim de semana agitado com início dos megablocos
O fim de semana no Rio atraiu milhares de foliões para o Centro e Zona Sul, com a abertura do circuito de megablocos. A festa teve início com o pioneiro na fusão entre funk e Carnaval, o bloco Carrosel de Emoções, que mergulha em uma experiência única que mescla a nostalgia dos anos 2000 com a energia do pop. Valorizando a autêntica cultura carioca, a festa misturou diversos gêneros musicais, como funk, rap e samba e levou um estilo inovador para os foliões.
Para saber onde encontrar o seu bloco favorito da folia, que começou três semanas antes do Carnaval, basta baixar o app Blocos Rio 2024, disponível em todas as plataformas digitais. No aplicativo, é possível encontrar todos os blocos do Carnaval Rio 2024, com data, horário e percurso completos. Ou visite o site, que reúne também o calendário dos desfiles, notícias e mais informações sobre o Carnaval de rua.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.