Cid MoreiraReprodução/Youtube

O jornalista Cid Moreira acumulou brigas e desentendimentos com seus dois filhos, Rodrigo e Roger Moreira, nos últimos anos. O ex-âncora do Jornal Nacional, que morreu nesta quarta-feira (3) aos 97 anos, chegou a descartar a possibilidade de reconciliação com eles após processos que envolvem a sua mulher, Fátima Sampaio, e uma acusação de estupro.
As brigas familiares ganharam notoriedade em julho de 2021, quando Rodrigo e Roger entraram com uma ação para interditar Cid no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), além de solicitarem bloqueios de bens e a prisão de Fátima, acusando-a de dilapidar o patrimônio do marido. Eles alegavam que ela se aproveitava da condição dele, de pessoa supostamente senil e vulnerável.
O processo, no entanto, foi arquivado por falta de provas. Em entrevista à revista "Quem", em agosto de 2022, o jornalista lamentou a situação e negou qualquer chance de reaproximação. "Não tenho interesse em me aproximar. Fui desonrado. Estou assistindo um seriado chamado 'Resurrection', que fala muito de honra, de palavra. Eu fui jogado no lixo por causa de dinheiro", disse, na época.
No último mês de fevereiro, Roger, filho adotivo de Cid, acusou o pai de estupro. A equipe do apresentador afirmou que a declaração é caluniosa e que Roger "já o processou em outras cinco ocasiões sem êxito".
"Esta não é a primeira vez que Roger acusa Cid de maneira absurda e difamatória. Em 2022, Roger foi ao ar em cadeia nacional e acusou a esposa de Cid de mantê-lo em cárcere privado e de lhe servir comida estragada. Naquela ocasião, ele pleiteava a guarda do pai adotivo com a alegação de querer cuidar de Cid Moreira. Meses mais tarde, outra declaração surgiu: Cid estava senil e não podia mais responder por seus atos. Todas essas afirmações eram mentirosas e visavam claramente interesses financeiros", afirmou, em nota.
Despedida de uma lenda
Cid Moreira morreu aos 97 anos na manhã desta quarta-feira (3). Ele estava internado no hospital Santa Teresa, em Petrópolis, Região Serrana do Rio, para tratar um quadro de pneumonia. Ele fazia hemodiálise há mais de três anos devido a um quadro de insuficiência renal crônica. 
O jornalista estava internado há 29 dias e chegou ao hospital com infecção urinária, ficou acamado com complicações de trombose venosa e atrofia muscular. A idade avançada e a gravidade do quadro, evoluiu para a falência múltipla dos órgãos, segundo o médico Nélio Gomes, que cuidou dele nos últimos dias.
Cid Moreira marcou sua carreira na Globo como apresentador do "Jornal Nacional", desde sua inauguração, em 1969, até 1996, e seu tradicional "boa noite", ao encerrar o programa, atravessou gerações. Ele foi recordista como um âncora e apresentou o telejornal cerca de 8 mil vezes.
Em seguida, ele teve sua voz em narrações do "Fantástico" e se destacou com o quadro do mágico "Mr. M" e durante a Copa do Mundo de 2010, quando gravou a vinheta "Jabulani", em referência à bola do mundial.