Naldo Benny Divulgação

Rio - Um dos grandes nomes do funk e pop, Naldo Benny, de 45 anos, está prestes a retornar às suas raízes no pagode, gênero que marcou o início de sua trajetória musical. Para quem não sabe, o artista já foi backing vocal do Grupo Disfarce e é o compositor do sucesso "Depois do Amor", de Belo. Nesta segunda-feira (20), o cantor grava seu novo projeto "Casa do Naldo", no Faro Beach Club, no Rio, com sucessos do ritmo e participações especiais de Xanddy Harmonia, Suel, Orochi, Arlindinho e outros nomes. Em entrevista ao Meia Hora, ele dá mais detalhes do novo trabalho, fala sobre homenagem a Arlindo Cruz e mais.
- O que te inspirou a lançar um álbum de pagode? Foi algo que sempre esteve nos seus planos?
O que me inspirou foi a minha vivência com o gênero, pois já tenho uma relação com o pagode. O primeiro cara que me ouviu e me levou pra uma gravadora foi o Bira Haway em 1999, ele era o grande produtor do Soweto, Exaltasamba, Pique Novo e Molejo. Então, eu já transitava nesse universo do pagode através de um produtor de peso.
-Qual é a sua expectativa de receptividade do público com esse novo trabalho?
Não fiz esse projeto por conta de artistas que fizeram ou porque o pagode está em um momento bom. Eu tenho uma relação com o gênero já. Depois que eu participei do Pagode do Adame, vejo o público gritando e querendo me ouvir cantar mais pagode. Eu quero agradecer ao público, porque tem páginas nas redes sociais que postaram vídeos meus cantando e tem 10 mil comentários falando super bem. Isso me motivou, me deixou feliz, me senti abraçado e acariciado pelo público que passou a olhar com bons olhos a questão do meu talento, da voz, da interpretação, de saber que eu faço isso de uma maneira justa. O povo que me impulsionou a fazer, a receptividade já está sendo maravilhosa e olha que eu nem lancei ainda.
- Existe alguma faixa do álbum que tenha um significado especial para você? As músicas são autorais e regravações?
Caramba, aí você me pegou porque eu tenho muitas músicas autorais no álbum e regravações. Mas acho que regravar Soweto me lembra momentos bons da minha carreira, quando eu conheci o Belo. Poder interpretar uma música à altura do Belo é um barato. Regravar "Papel Marche" também tem um significado forte, porque é o grande João Bosco. Cantar "O Bem" do Arlindo Cruz, é uma homenagem a ele, eu vou cantar com o filho dele, Arlindinho e é uma música que eu acho linda a letra. Tem uma música que se chama "Insensível", uma composição que é incrível, acho que vai ser bem marcante para as pessoas. São muitas né, não consigo nem pontuar uma, eu tenho um carinho especial por todas.
- Você vai homenagear Arlindo Cruz em seu audiovisual cantando o hit "O Bem" (2011) e convidou o filho dele, Arlindinho para esse momento especial. Como surgiu a ideia?
Eu sou muito fã do Arlindo Cruz, de toda a trajetória brilhante dele e da grande contribuição dele no samba e MPB. Lembrei esses dias que eu já cantei com ele no Barril 8000, um pagode que tinha aqui na Barra da Tijuca. Esse vai ser meu primeiro projeto no pagode, então nada mais justo do que homenagear minhas maiores referências.
- Quais são suas referências no gênero?
O primeiro show que eu vi na vida foi o do Só Pra Contrariar. Eu vi o crescimento do Alexandre Pires e tenho como referência não só no pagode, mas como artista, sempre gostei muito do trabalho dele. O Zeca Pagodinho também acho incrível, ele tem um formato único de interpretar uma música. O timbre do Belo também é muito abençoado. Quando eu era moleque, ouvia Martinho da Vila, Arlindo Cruz e Jovelina Pérola Negra.
- Você colaborou com outros artistas nesse álbum? Pode nos contar um pouco sobre essas parcerias?
Eu participei do Pagode do Adame cantando "Depois do Amor", já cantei "Volta Pra Mim" com o Xande de Pilares, em 2015, em formato pagode. Com o Suel eu cantei "Só Nós Dois", mas agora recentemente a gente gravou uma faixa chamada inédita chamada "Deixa Eu Te Mostrar". O Orochi é um cara do rap/trap que eu gosto para caramba, tenho maior admiração e vai ser muito bom estar no palco com ele.
- Quais são as principais diferenças entre esse projeto e os trabalhos anteriores?
Tudo o que eu fiz na minha carreira foi voltado ao funk, pop e R&B, mas só agora de fato o pagode. O pagode é legal para poder fazer uma música voz e violão com a propriedade do Rio de Janeiro e do Brasil. O samba é uma música que representa um país, né? Eu me sinto muito feliz de ter sido abraçado pelo povo, que gritou para eu fazer essa parada. Acho que o pagode tem uma questão de melodias, de letras ricas, bonitas e sentimentais. Sou cria de favela, então, eu sempre gostei do pagode, porque a válvula de escape de um favelado, de um moleque da favela é o pagode, futebol e o funk.
- O que podemos esperar do show de gravação do DVD? Alguma surpresa para os fãs?
Bom, sobre surpresa, vai ter sim. As pessoas vão se surpreender de fato. Só que é como uma surpresa, não posso contar agora.
- Como foi para você transitar entre diferentes gêneros musicais ao longo da sua trajetória?
Isso é ter a música na veia, é eu mostrar que tenho essa condição de fazer funk, pagode, pop, trap. Isso é amar a música e conseguir estar na música de fato. É muito legal eu poder mostrar para os meus filhos o quanto é importante a gente se dedicar à música, a amar a música e não ficar preso em uma parada só. Minha filha gosta de música, percebo que quer ir para esse caminho, então ela vai ver isso. Tanto ela quanto o meu filho vão ver que sou um cara híbrido e diferenciado. Isso não me coloca como melhor que ninguém, mas mostra o quanto eu tenho amor pela música.
- Quais são os próximos passos depois do álbum e do DVD? Já tem shows dessa turnê de pagode agendados?
O projeto "Casa do Naldo" vai sair em todas as plataformas digitais na primeira semana de fevereiro. Esse ano eu também lanço um álbum de funk que já está pronto, tem participações especiais e internacionais até, se chama "XXV", uma referência aos meus 25 anos de carreira. Eu lanço ele em algum momento desse ano, porque o pagode está tão forte que eu estou priorizando ele. E farei shows, só estou estudando qual formato ainda.
Serviço:
'Casa do Naldo'
20 de janeiro de 2025
Segunda-feira, 12h
Local: Faro Beach Club
Endereço: Av. Niemeyer, 101 - Leblon, Rio de Janeiro
Ingressos: a partir de R$ 40