Samara Felippo sobre identidade racial das filhasreprodução Instagram

Rio - Samara Felippo voltou a tratar de questões raciais em seu perfil no Instagram nesta quinta-feira (28). Em um vídeo, a atriz refletiu sobre o termo "pardo" e destacou experiências vividas pelas filhas Alicia, de 15 anos, e Lara, de 11, frutos do relacionamento com o ex-jogador de basquete Leandrinho Barbosa.


"Isso sempre foi uma dúvida para mim: como eu vou ensiná-las. Como elas vão se autodeclarar. A minha filha mais velha, Alicia, a certidão dela está como parda. Mas a escola mostrou para ela o quão negra ela é", afirmou, ao lembrar o episódio de racismo sofrido pela filha em 2024.

Defesa de Camila Pitanga

Samara também se posicionou em relação às críticas dirigidas a Camila Pitanga, que declarou ser negra no podcast Mano a Mano e acabou tendo sua identidade questionada por internautas.

"A minha filha, Lara, a mais nova, tem o tom de pele como o meu, mas tem fenótipos negroides: cabelo crespo, boca, nariz. Duvidar, questionar uma mulher que se coloca como uma mulher negra, que foi a Camila Pitanga, é de um desserviço na minha opinião. E trazer essa segregação é só fomentar ainda mais um racismo", destacou.

A atriz reforçou que deseja que as filhas compreendam a própria ancestralidade. "Eu acho sim que elas vão entender como o mundo as vê, como a escola as vê, como os amigos as reconhecem, as tratam. Mas, principalmente, o que eu quero é que elas mesmas, com força, com coragem, com orgulho, entendam a sua identidade, sua ancestralidade e ame existir nesse mundo assim como elas são", declarou.

Crítica à segregação

Ao final do vídeo, Samara reforçou a importância de ampliar o debate sem perder o foco em questões urgentes. "Acho que levantar esse debate é até importante. Essa segregação e essa militância em torno do termo 'parditude', pardo é que não tem a menor necessidade. Mas tá aí, Camila Pitanga com sua fala trouxe isso à tona, uma outra menina que veio questionar a paternidade de Camila Pitanga piorou isso tudo, mas é importante a gente debater. Mas mais importante ainda é pensar em políticas públicas e não tirar o foco de onde realmente precisamos olhar. Que são os jovens pretos morrendo todos os dias sendo alvos de polícia; cota em universidades e escolas; evasão escolar de adolescentes e crianças por causa de racismo. São tantas desigualdades".

Na legenda da publicação, completou: "Todo debate é válido. Mas quando comecei a seguir o tal perfil sobre 'parditude' algumas coisas me incomodavam, então deixei logo de seguir e fui estudar. E em inúmeras conversas com mulheres e amigas negras ativistas, pensadoras, historiadoras, através de leituras sobre o tema, entendi que serão minhas próprias filhas que irão decidir como existir nesse mundo, em meio a maturidade e consciência de suas identidades e pertencimento. E ponto final".