Eduardo Moscovis e Priscila Fantin em Alma GêmeaJoão Cotta / Globo
"Esse tipo de situação não lembro de ter passado. 'Alma Gêmea' é uma novela completamente diferente de 'No Rancho Fundo'. É uma novela de época, personagens diferentes um do outro. Não sei exatamente o que esperar, mas vai ser bom ver meus trabalhos, muito legais, cada um no seu lugar, na sua existência", comenta o ator de 55 anos, destacando as mudanças neste intervalo, não só profissionais como pessoais também. "São quase 20 anos em evolução constante. Quase 20 anos em tempo físico e mental".
Escrita por Walcyr Carrasco, "Alma Gêmea" será exibida de segunda a sexta no "Vale a Pena Ver de Novo". Na trama, o botânico Rafael tem a chance de recomeçar a vida, após perder a mulher em um assalto armado pela vilã Cristina, vivida por Flávia Alessandra. Vinte anos depois, ele conhece a empregada Serena (Priscila Fantin), que tem semelhanças com a mulher, e se apaixona novamente.
Moscovis diz que não tem o hábito de ver trabalhos antigos, mas garante que, desta vez, não vai perder a reprise. "Vou assistir bastante coisa, até porque gravo 'No Rancho Fundo', e a novela vai passar enquanto espero para gravar ou estudo".
O protagonista acredita na boa recepção da novela, mesmo com o longo intervalo entre uma exibição e outra. "Muita gente que vem falar comigo, fala do Rafael e de 'Alma Gêmea'. E espontaneamente. Então, imagino que seja bem recebida".
Mocinho x Vilão
Enquanto vive um homem ranzinza, duro e mal-humorado na novela das seis, o ator vai reaparecer na televisão algumas horas antes como um herói clássico, como ele mesmo classifica seu personagem.
“Rafael é um mocinho romântico clássico, potencializado por ser uma novela de época. Passa uma grande fase da vida enlutado, com a casa fechada, deixa a barba crescer, não se relaciona com ninguém. É amargurado, triste, um personagem clássico e lindo que ainda cria rosas”, descreve.
Eduardo também relembra momentos marcantes da época, ressaltando o trabalho com Jorge Fernando, que dirigiu a novela. "Jorginho tinha um ritmo e um astral muito peculiar, muito dele. Ele imprimia um humor nas gravações", recorda o artista sobre o diretor, que morreu aos 64 anos, em 2019, vítima de uma parada cardíaca.
O ator lembra de forma especial o convite recebido pelo autor da obra. "Eu estava gravando 'Senhora do Destino'. Um dia saímos do estúdio e encontrei o Walcyr sentado numa das cadeiras da sala de maquiagem. E Walcyr falou: 'quero falar com você'. Aí me deu um nervoso. Eu pensei naquele volume de trabalho que eu estava e pedi cinco minutos. Ele já tinha o anel pronto e me contou rapidamente a sinopse. Tive menos de um mês entre o final da 'Senhora do Destino' e o começo da gravação de ‘Alma Gêmea'".
Sobre o elenco, ele é só elogios: "Foi muito bom trabalhar com a Priscila [Fantin], como foi bom também trabalhar com a Flávia [Alessandra]. Tínhamos um elenco muito potente, bom de contracenar. Com Liliana Castro também foi muito legal de trabalhar, ainda fiz um espetáculo com ela também".
Carreira
Eduardo Moscovis tem uma trajetória de mais de 30 anos na televisão. Além de "Alma Gêmea", trabalhou em sucessos da televisão, como "Pedra sobre Pedra", "Por Amor", "O Cravo e a Rosa" e, recentemente, fez uma breve participação nos últimos capítulos de "Um Lugar ao Sol".
O intérprete de Quintino Ariosto, de "No Rancho Fundo", analisa algumas das atuações que mais o marcaram neste período. "Falando em novelas, além do Rafael, o Petruchio, de 'Cravo e a Rosa', Nando, de 'Por Amor', e o Reginaldo, de 'Senhora do Destino'. Se pensarmos em série, tem também o Brandão, de 'Bom Dia, Verônica'", conclui o ator, citando a produção da NetFlix, na qual atuou em 2020 ao lado das atrizes Tainá Müller e Camila Camargo.
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