Roberta Miranda durante entrevista ao ’Roda Viva’Reprodução de vídeo

Rio - Roberta Miranda, de 68 anos, foi a convidada desta segunda-feira (20) do programa "Roda Viva", da TV Cultura. Na atração, a sertaneja lembrou uma briga com o segurança de Gusttavo Lima, em 2019, e descartou um possível feat com o "Embaixador" depois dessa situação. A cantora ainda comentou que não recebeu um pedido de desculpas do sertanejo sobre a situação. 
"Não, nunca. Esse cavalheirismo não lhe pertence", afirmou. Na época, a cantora se aborreceu com o segurança do cantor depois do profissional impedir a entrada dela - de maneira rude - no camarim de Gusttavo. Aborrecida, ela foi às redes sociais e criticou o segurança, que a processou. Ela teve que pagar uma indenização de R$ 10 mil a ele. 
Roberta, então, citou a possibilidade de fazer uma parceria musical com Gusttavo caso ele lhe pedisse desculpas. "Não rolaria um feat. Eu, por exemplo, tive um segurança e, certa vez, uma fã entrou no meu camarim chorando porque ele gritou com ela. Eu o chamei na frente dela e disse: 'Eu não lhe pago para destruir o meu patrimônio. Eu tenho o direito de destruir aquilo que construí. Pode ir embora', e ele foi. Hoje estou com outro (segurança)", lembrou. 
"É mais ou menos isso que eu faria. No mínimo, eu ligaria e pediria desculpas. Mas tudo bem, cada um dá o que tem. Minha mãe me ensinou isso... Deixa ele ser feliz", completou.
Um desentendimento entre Roberta e a cantora Paula Fernandes também foi abordado na atração. "Não sou de me arrepender, mas os anos passam... Foi um momento inflamado, de emoção, que ela tinha humilhado meu diretor do DVD, o Thiago (Silva), da TS Music. Ele chorou muito. Como eu já tinha assistido ela humilhar outras pessoas, inclusive patrocinadoras dela, e com esse menino foi a gota d'água, porque eu tenho muito amor por ele", explicou a artista. 
"Teve uma hora que saí de lá inflamada e falei o que eu achava em relação a ela. Só que não falei e jamais falaria do caráter dela ou de ninguém. Falei de uma determinada situação (...) gosto da Paula Fernandes como compositora, gosto da voz dela, não tenho nada contra", destacou. 
A cantora recordou que Paula foi a primeira artista a ser convidada para o projeto "Os Tempos Mudaram", que reuniu as principais figuras femininas do sertanejo. "Você pensa que ela deu: 'oi, tudo bem?'. Nada", lamentou. 
Roubo de R$ 6 milhões
Durante a entrevista, Roberta contou que levou um golpe milionário de advogada e ex-empresária. "Eu abri o olho e tinham me roubado 6 milhões de dólares. Eu não tinha mais nada, pirei. Meu irmão descobriu a falcatrua da advogada com a ex-empresária. Elas levaram tudo o que era meu. Por exemplo, um apartamento que valia R$ 300 mil dólares, elas me cobravam R$ 350 mil. Passa um tempo, meu irmão recebe um telefonema e disseram que botaram o corretor na cadeia. O corretor não tinha cobrado 50 mil dólares a mais, eram elas", conta a artista, que demitiu as profissionais. 
Ausência de parceria com Marília Mendonça
Miranda disse que não conseguiu gravar músicas com Marília Mendonça, que morreu em um acidente aéreo em 2021, porque a artista era 'blindada'. "Ela foi blindada pelo pessoal dela e eu não desculpei porque eles sabiam da relação e do amor que eu tinha por ela. Nós fechamos esse acordo em um abraço em cima do palco. [...] depois, quando eu liguei para o empresário dela, ele me pediu pra falar com o produtor. Artista tem que falar com artista, porque a linguagem é a mesma. Quando eu percebi tamanha blindagem, eu me afastei", explicou.
Livro e documentário

Roberta passou mal ao contar sua história na biografia "Um Lugar Todinho Meu", lançada no ano passado, e, por isso, decidiu não seguir com a série documental sobre sua vida. "É uma história nada azul, nem cor-de-rosa, é uma história muito difícil... O livro me fez bem? Não, o livro não me fez bem. Eu destampar toda essa minha angústia... A minha empresária está aqui presente e sabe que eu tive que praticamente bater numa junta médica. Dois psiquiatras, dois psicólogos, de tão mal que fez esse livro para mim. Por quê? Quando você faz uma análise, você faz para você deixar suas dores brandas, em um cantinho em cada lugarzinho de seu coração, ela tá ali adormecida. Quando você faz o livro e tentaram fazer o documentário, afloram essa dor. E é muita dor, amiga, para eu aguentar".
Machismo no sertanejo
Roberta destacou que ainda há machismo no sertanejo, no entanto, acredita que é mais velado. "Ninguém tem ideia do que eu passei para ser o que eu sou hoje... Eu levei muita porrada de um mundo comandado por bota e chapéu para hoje me fazer ser respeitada. Esse caminho foi muito longo... Ainda acontece atualmente (preconceito), mas é mais velado, menos explícito, mas acontece muito. Tenho convicção que muita gente do mundo sertanejo, homens, não gostam muito de mim porque sabem que eu peito".