Gamers no Women Game Jam - Divulgação
Gamers no Women Game JamDivulgação
Por RICARDO SCHOTT

Rio - Mulheres gamers agora têm um espaço no qual podem também conquistar seu lugar no mercado de criadores de jogos. O projeto Cinema Nosso, que oferece aulas de audiovisual para a comunidade, abriu o projeto 'Meu Jogo Minhas Regras', que vai disponibilizar vaga gratuita para quem quer aprender a fazer games, criando design, programação ou roteiro. As inscrições podem ser feitas no site www.cinemanosso.org.br a partir de terça-feira.

O Cinema Nosso, que tem sede na Lapa, já havia promovido em setembro o Women Game Jam, evento realizado em 12 cidades, que consistiu numa maratona de 48 horas de criação e desenvolvimento de jogos por mulheres cis, trans e não-binárias. E que revelou mulheres criadoras. Em outubro, a casa abre também mais turmas para mulheres na área de audiovisual.

"A formação para novas tecnologias é um assunto emergencial. Temos um grande mercado em expansão que é ocupado ainda por 95% de homens. Há mulheres com grande potencial para serem desenvolvedoras nessa área", comenta Mércia Britto, diretora do Cinema Nosso. "Hoje, o número de mulheres que jogam games por mobile é maior do que o de homens. Além da questão de gênero, o assunto raça no universo dos gamers também é um tema de discussão nosso".

O Cinema Nosso, diz Mércia, preocupa-se não apenas com a formação, mas também com a colocação das mulheres no mercado. "Fazemos os eventos para elas para que elas possam estar mais empoderadas e donas de si quando entrarem no mercado. Temos contatos com outros coletivos nacionais e internacionais. É um trabalho de trocas de experiências, de networking. Temos um banco de dados de mulheres na área de tecnologia, e na área de games especificamente", conta.

Um dos talentos revelados pelo Women Game Jam é Natália Petrutes, 24 anos, cujo sonho sempre tinha sido trabalhar com som e trilha sonora. "Fiz faculdade de Estudos de Mídia e percebi que poderia fazer sonorização de games. Fui entrar de vez no mercado por causa do WGJ. Foi o ponto de virada na minha vida, pois depois dele consegui meu primeiro contrato de trilha sonora", conta ela. "O machismo é um problema estrutural, que sempre acontece. Então é justo que haja um espaço de acolhimento".

Mércia se alegra com as vitórias de Natália. "Ela é uma menina que chegou quebrando barreiras, não só no mundo dos games, como no mundo audiovisual. Estamos trabalhando para que surjam mais mulheres e que elas se conectem com o ecossistema", diz.

 

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