Alunos da Escola Habitat aprendem valores sustentáveis desde pequenos
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Alunos da Escola Habitat aprendem valores sustentáveis desde pequenos Divulgação
Por O Dia

Rio - Iniciativas como reciclar papéis em sala de aula ou fazer excursões a parques e jardins para ensinar sobre plantas são cada vez mais comuns nas escolas. Porém, algumas instituições, tanto públicas quanto particulares, têm ido além e introduzido à rotina dos alunos algumas ações que podem mudar verdadeiramente a relação deles com o planeta.

Na Ong-escola Solar Meninos de Luz, que recebe crianças das comunidades Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, os alunos aprendem a ter consciência crítica quanto à preservação e ao consumo consciente. "Acreditamos que quanto maior for o contato das crianças com esses temas, maiores serão as chances delas valorizarem a natureza no futuro", explica Tatiana Neves, professora e coordenadora pedagógica do Solar. No projeto Germinar, as crianças entram em contato com a terra por meio das sementes, que serão plantadas em estufas, cuidadas e colhidas pelos pequenos, para que depois façam parte das refeições oferecidas pelo local. Também faz parte do projeto o mutirão ecológico na praia, que conscientiza sobre o descarte correto do lixo e seu impacto ambiental.

Karine Vianna Ribeiro, professora do Colégio Sagrado Coração de Maria, acredita que os projetos dentro das escolas devem permitir e incentivar nas crianças, desde bem novas, o contato com a natureza, fazendo-as mexer na terra, plantar, cultivar, cuidar da horta, observar animais e insetos, entre outras experiências. "Tais vivências criam um sentimento de pertencimento. Afinal, somos seres naturais, somos natureza e quando a criança participa, observa, manipula e se envolve com o objeto de estudo, por meio desse movimento e da presença de um adulto que proporcione esse contato, a criança aprende a amar e respeitar o meio ambiente e, conforme se desenvolve cognitivamente, desenvolverá futuramente a conscientização sobre os cuidados que deve ter com o planeta", pontua Karine.

"Ensinar às novas gerações que dependemos, de fato, da natureza é um desafio, especialmente na atual conjuntura, com tanta tecnologia e consumismo", lembra Vanessa Ojeda, da Escola Habitat. Para isso, eles tentam levar para o dia a dia das crianças as lições que ensinam, como evitar pastas de plástico e usar caixas de papelão para guardar ou carregar os trabalhos e criar parte do material que usam a partir do que encontram na natureza, como a cola que vem do urucum.

Para a educadora Andrea Ramal, questões decisivas para o futuro do planeta estão entrando de modo cada vez mais forte na agenda dos países, das empresas e também da educação. "As pessoas começam a entender que só poderemos viver bem se nossas relações foram baseadas em valores sustentáveis", diz. Porém, lembra, educar para a sustentabilidade não é apenas algo limitado a uma "educação ambiental" e que se limite, por exemplo, a ensinar crianças a plantar árvores e cuidar da natureza.

"Sustentabilidade é mais do que isso. Supõe um modo de viver, produzir e trabalhar que atenda às demandas das gerações atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer as próprias necessidades. O novo sistema de vida social precisa unir sustentabilidade e equidade. Portanto, aulas e atividades voltadas para o debate sobre a sustentabilidade do planeta, a relação de dominação do homem sobre a natureza e o respeito pelo meio ambiente podem mudar positivamente a vida dos alunos", conclui. 

 

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