Letícia Mann no palco do Festival de Dança Israelita: vencendo a timidez
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Letícia Mann no palco do Festival de Dança Israelita: vencendo a timidez Reprodução Internet
Por O Dia

Rubor na face, medo, um choro angustiado. É assim que a timidez transforma momentos festivos das crianças em uma verdadeira dor de cabeça para toda a família, especialmente quando o fim do ano chega e, com ele, as apresentações no palco.

A pedagoga Cláudia Tricate, apresentadora do programa 'Vamos Conversar?', do canal do Colégio Magno no Youtube, explica que a timidez, muitas vezes, é um traço da personalidade da pessoa e que algumas crianças lidam bem com essa característica. Porém, é necessário dar suporte àquelas que desejam mudar, respeitando seu tempo para fazer amigos ou se adaptar a uma determinada situação.

Já Heloisa Sampaio, psicóloga da Clínica Nutrindo Ideais, conta que, quando em um nível acentuado, o sentimento pode complicar o processo de socialização, devido à dificuldade de iniciar um relacionamento ou uma interação, mas que é possível, sim, superar esse bloqueio aos poucos. "Participar em grupo e se apresentar em público são conquistas que devem ser valorizadas sempre", diz.

Mas é preciso diferenciar timidez e vergonha. A neuropsicanalista Priscila Gasparini, diretora da Clínica Seu Equilíbrio, ressalta que a criança que quer se apresentar, mas tem vergonha, demostra isso rindo, fazendo alguns pequenos passos antes da apresentação, como se quisesse chamar a atenção dos pais e professores. Já a que realmente é tímida e não consegue participar, demonstra com medo e ansiedade, não olha nos olhos de quem pede para que ela participe e muitas vezes mostra descontrole chorando.

"A timidez vem acompanhada de ansiedade e medo perante lugares novos e pessoas desconhecidas. A criança tímida não tem a facilidade de olhar no rosto de desconhecidos, de conversar, se expor, fica com a musculatura rígida e se incomoda totalmente com aquela situação. Esse tipo de comportamento pode gerar um sentimento de insegurança e baixa autoestima, fazendo com que ela evite situações, pois não acredita que consiga lidar com aquilo", complementa.

Para Priscila de Moraes, coordenadora pedagógica da Escola do Futuro, respeitar a vontade do pequeno em se expor ou não é fundamental em seu processo de desenvolvimento. "Se a criança não possui recursos de autonomia emocional desenvolvidos para superar uma exposição a qual não se sinta confortável, é preciso incentivar, mas sem obrigar. Respeitar o tempo de cada uma é fundamental para se desenvolver um processo positivo", explica.

E foi exatamente o tempo que ajudou Leticia Mann a lidar com a timidez. Hoje, aos 11 anos, ela sobe ao palco pela terceira vez, no Festival de Dança Israelita, na Hebraica Rio, diante de uma plateia de 1.500 pessoas. Ela conta que, mesmo se sentindo mais introvertida, quando começa a dançar tudo fica diferente, porque ela se concentra no que está fazendo e não, no público.

 

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