A avó Lourdes Correia estuda com o neto, Theo
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A avó Lourdes Correia estuda com o neto, Theo Divulgação
Por O Dia

Rio - Época de provas é sempre complicada para as crianças. E no fim do ano, com a pressão de ser aprovado, se concentrar pode ser ainda mais difícil. Mas os responsáveis podem ajudar nessa missão, tornando o estudo mais leve e eficaz. Anamaria Jannuzzi, mãe de Lucas, de 12 anos, criou uma rotina de estudo com o filho desde os 6. "Acho que devemos acompanhar, motivar a curiosidade, mostrar formas diferentes de estudar e de se organizar. Mas também ensino que ele deve ter responsabilidade. Se ele diz que não precisa e já sabe a matéria, confio. Caso o desempenho não seja bom, será uma boa oportunidade para refletir e identificar quando precisa de ajuda ou não".

A psicóloga Isabela Cotian explica que auxiliar os filhos no estudo leva mais tranquilidade para a criança na hora de assimilar o conhecimento, já que ela entende que a dedicação dos pais vai ajudá-la a aprender melhor. Para o professor Luiz Eduardo Ikeda, do Colégio Guilherme de Almeida, a participação dos responsáveis é fundamental, mas com parcimônia. "Nos primeiros anos, a orientação na hora de estudar é muito importante, mas é preciso dizer que quem deve fazer a tarefa é o aluno. Os responsáveis devem entender que quem deve aprender é a criança e que errar é sempre uma oportunidade de lidar com a perda", diz.

Foi o que observou a avó Lourdes Correia, que foi professora do Ensino Fundamental por mais de 30 anos e sentiu necessidade de ajudar o neto, Theo, de 8 anos, desde que percebeu que a escola estava correndo demais com o conteúdo. "No terceiro bimestre, em especial, observei que os alunos estavam meio perdidos. Então, atuei como professora particular em alguns momentos, separando meia hora por dia para explicar as matérias para o meu neto, deixando os mimos de avó de lado. Acredito que o objetivo dos pais não deve ser o 10 no boletim. É importante observar se eles estão de fato aprendendo o conteúdo, especialmente Português e Matemática, através de conceitos concretos. Se isso não estiver acontecendo, é importante buscar apoio de monitores fora da escola e incentivar o estudo dentro de casa, sempre monitorando de perto", pontua.

Já o também professor Luciano de Castro, da Academia Matematicamente, não costuma incentivar seus alunos a pedirem a ajuda dos responsáveis para estudar em casa. "Cada família tem sua própria dinâmica. Converso com os responsáveis quando pedem orientação, e procuro-os caso ache necessário. O mais importante é que o aluno desenvolva autonomia e disciplina com seus estudos, tanto na escola como em casa", comenta.

Paulo Andrade, diretor pedagógico do colégio Ao Cubo, esclarece que estudar em casa é algo que faz parte do processo de aprendizagem, pois o tempo de estudo em casa é importante para a fixação do conteúdo e também para que os alunos trabalhem de forma concentrada algo que viram na escola. "O processo envolve outras dinâmicas, como o diálogo familiar e ser um espaço para os responsáveis perceberem a facilidade ou a dificuldade da criança. Na medida em que você fomenta esse diálogo, sempre ganha, tanto academicamente quanto em relação aos vínculos familiares". Mas um detalhe: estudar com os filhos tem que ser feito com cuidado e por tempo determinado. Não pode ser uma prática constante, pois cria uma espécie de muleta no estudante. "Não é aconselhável que um adolescente não consiga estudar sozinho. Uma das características de um aluno que tem bom desempenho é o grau de autonomia que ele tem", complementa.

Lidar com a ansiedade dos alunos, especialmente no período de provas, é um trabalho constante. Por isso, Lucia Dieguez , diretora pedagógica e professora do Colégio IBPI, conta que, durante as semanas de provas, os professores dão atenção extra para tirar dúvidas e revisar conteúdos. "Se o aluno percebe que está indo bem na revisão, sua confiança aumenta e a prova deixa de ser um bicho de sete cabeças", conclui.

 

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