Marina J (E), Miriam Cristina, Ana Claudia Silva, Vanessa Preta e Maria Helena
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Marina J (E), Miriam Cristina, Ana Claudia Silva, Vanessa Preta e Maria Helena Divulgação
Por O Dia

Rio - 'Uma sobe e puxa a outra'. Esse é um dos lemas que servem como incentivo para o surgimento de coletivos pretos femininos, que uniram as forças de trabalho e criaram espaços significativos para movimentar o black money no Rio e em outros estados.

"Esse tipo de trabalho só é possível quando temos ao nosso lado mulheres que se tornam companheiras de vida. Esse é o nosso segredo: a irmandade nasce antes mesmo do surgimento do negócio. É o amor que fez a gente crescer e o trabalho prosperar", entrega Giselle Paixão Barthar, uma das fundadoras da loja Pequena África, no Centro do Rio.

Junto às amigas Mônica Cristina Vianna e Marisa Gomes Amoussou, Giselle criou um modelo de negócio colaborativo que conta com oito marcas em espírito de fortalecimento mútuo. "Antes da Pequena África, nós já trabalhávamos juntas e a parceria sempre foi natural. Para que a gente consiga administrar nossos empreendimentos e a loja, trabalhamos no sistema de rodízio. Ou seja, cada dia uma de nós está lá. Dessa maneira, a gente consegue dar conta da loja, criar produtos e ter uma vida pessoal, que também é importante", brinca Gisele.

Outros exemplos

Divulgar o trabalho de outras mulheres negras também era o objetivo de Ana Claudia Silva, de São Paulo. Dona da Afra, marca focada em papelaria, a empreendedora descobriu um jeito especial de oferecer produtos exclusivos para o seu público e, de quebra, dar uma força para outras manas. Para a coleção de volta às aulas 2020, Ana convidou quatro ilustradoras negras para desenhar capas da marca.

"São artistas que em algum momento tiveram contato com a Afra. A escolha por mulheres negras, que já tinham algum ativismo era uma premissa que todas atendiam. Todas tiveram liberdade de criação e cada uma trouxe seu traçado, sua beleza e sua arte para juntas somarem aos propósitos da Afra", explica a empreendedora.

Aqui no Rio, o grupo Mulheres Sem Legendas sentiu na pele que a união faz a força. Há três meses, as profissionais Anastácia Nobre, Juliana Marinho, Joyce Alves, Geisa Nascimento e Dri Mariano criaram o coletivo com o propósito de gerar rede de apoio. A ação deu tão certo que elas resolveram ir além. "Vimos um potencial de trabalho que poderia gerar verdadeiras transformações nas mulheres que nos cercam. Unificando os jobs individuais por meio da fotografia, hairstyle, makeup artístico, direção de imagem, produção, comunicação e marketing, poderíamos criar um conteúdo poderoso. E assim proporcionar a elevação da autoestima de outras mulheres. Daí, nasceu o projeto da exposição fotográfica que estamos montando para inaugurar no dia 8 de março, data que comemora-se o Dia Internacional das mulheres", entrega Geisa.

Troca de experiências

O olhar apurado e a mente inquieta também foram diferenciais na vida profissional de Lorena Coimbra. A engenheira de alimentos de 31 anos usou seus conhecimentos na área para criar a Foodtech Consultoria e trazer outras mulheres para perto de si. "A Foodtech é uma empresa pautada nos pilares de inovação, qualidade e sustentabilidade e já tenho uma colaboradora nutricionista que também é negra. Nos caminhos por qual trafego, não há muitos negros, quem dirá mulheres negras. Então, é sempre bom ter essa parceria", diz Lorena.

Há alguns meses, a profissional assumiu dois desafios: cuidar da parte de gestão, empreendedorismo e planejamento estratégico da Duto, um hub de Comunicação de Marcello Dughettu, e do Esponja Magic, espaço de estética negra criado por Paulo Silva. Ambos funcionam em Madureira. "Comecei na Duto em maio de 2019 e, após algumas conversas sobre gestão e empreendedorismo, comecei a pensar com ele o planejamento estratégico da Duto. A conexão é muito boa e me sinto bem compartilhando um pouco do meu conhecimento com pessoas negras. Essa troca, eu só consigo com eles".

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