Compre para os filhos somente o que for necessário
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Compre para os filhos somente o que for necessário Divulgação
Por O Dia
Rio - Com o início das aulas, chega também o momento em que os pais têm que fazer mil contas para encaixar a lista de material escolar no orçamento doméstico. Mas além dos itens que não podem ficar de fora, como os livros, há uma parte dessa listagem que as crianças particularmente gostam mais, como cadernos, lápis, canetas, mochila, estojo etc. E é exatamente nessa parte que cabe aos responsáveis colocar um freio nos filhos para o valor não passar do esperado e não incentivar hábitos de consumo desnecessários.
Lívia Cattaruzzi, advogada do programa Criança e Consumo, do Instituto Alana, explica que as empresas anunciantes direcionam publicidade para as crianças porque sabem que elas são hipervulneráveis aos estímulos persuasivos e que podem atuar como promotoras de vendas em suas famílias. “Está aí um dos principais impactos da publicidade infantil: o estresse familiar. E é injusto delegar aos pais, mães e responsáveis a tarefa de, sozinhos, desfazerem o efeito criado por empresas que investem milhões em comunicação mercadológica”, comenta, lembrando, ainda, como é importante que os pais conversem com os filhos sobre o real objetivo da publicidade, estimulando-os a pensar criticamente sobre de onde vem o desejo de adquirir determinado produto. “Também é interessante ensiná-los a avaliar a necessidade de um produto antes de adquiri-lo", complementa.
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A seguir, algumas dicas que podem ajudar a poupar nesse momento:
- Compre somente o que for necessário - mochilas, estojos, canetinhas e outros materiais adquiridos no ano anterior, muitas vezes, permanecem em bom estado e podem continuar em uso. Separe todos os materiais que a criança já possui e escolha, junto com ela, o que pode continuar em uso;
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- Materiais customizados são únicos e exclusivos - quando tiverem escolhido quais materiais vão continuar em uso este ano, proponha uma "oficina de customização" com bottons ou adesivos divertidos;
- O que é combinado não sai caro - no momento de ir às compras, se possível, deixe as crianças em casa ou compre por meio de papelarias online para evitar os pedidos insistentes por itens dispensáveis. Caso não seja possível, antes de sair, converse com a criança para explicar qual será o limite do gasto e faça uma lista dos itens que ela poderá escolher;
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- Personagens encarecem (muito) os materiais - a publicidade infantil estimula as crianças a acreditarem que é importante adquirir materiais novos e que estes precisam ser de determinado modelo, marca e, muito frequentemente, com personagens da moda. Porém, esses produtos, por terem a presença de personagens e logotipos licenciados, podem custar, em média, seis vezes mais se comparados com itens sem essas estampas;
- Feiras de trocas promovem sustentabilidade - vale incentivar a escola a promover feiras de troca de livros e uniformes, passando os itens das crianças mais velhas para as mais novas. Além da economia financeira, essa atitude contribui para sustentabilidade e incentiva as crianças a cuidarem mais dos materiais que poderão ser reutilizados por um colega no ano seguinte. Se não for possível realizar na escola, converse com os outros responsáveis para organizar em outro local. E lembre-se de envolver a participação das crianças, aproveitando a oportunidade para conversar sobre sustentabilidade;
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- Publicidade na escola não é legal - atualmente, algumas empresas têm escolhido a escola como um lugar para promover, de forma velada, seus produtos ou serviços diretamente ao público infantil. Caso a escola receba ações publicitárias de empresas, converse com a direção, explique que a publicidade dirigida ao público infantil é abusiva e ilegal e solicite que o ambiente seja livre de qualquer comunicação mercadológica;
- Mais brincadeiras e menos telas nas férias - as crianças ficam mais expostas à publicidade infantil de materiais escolares na TV. Já na internet, as crianças são impactadas em canais de youtubers mirins, com os chamados "unboxing " de produtos, que trazem mensagens mercadológicas difíceis de serem distinguidas do conteúdo de entretenimento. Para minimizar os impactos desses apelos consumistas, sugira brincadeiras ao ar livre que não envolvam telas, como brincar com os vizinhos na área comum do prédio ou andar de bicicleta.