Isabella Taviani, Myllena e os filhos - fotos Divulgação
Isabella Taviani, Myllena e os filhosfotos Divulgação
Por RICARDO SCHOTT

Rio - Isabella Taviani sente falta de mais amor e respeito no mundo. Ainda mais depois que, aos 51 anos, teve com a esposa Mylenna os gêmeos Ignácio e Estevão, hoje com quatro meses. As duas estão juntas há oito anos e a cantora, que lançou na sexta o álbum de inéditas 'Máquina do Tempo', diz a gravidez foi planejada, mas que as surpresas são diárias.

"Essa dedicação que a maternidade exige é uma coisa muito nova na minha vida. Não é uma coisa para qual eu tenha me preparado. A gente conversou muito, mas na hora H é diferente. Agora mesmo estou falando com você às sete da noite e nesse horário eu já estou dormindo, praticamente", brinca. 

"Mas por outro lado", continua, "Você acorda de manhã, cansada, exausta, escuta aquele choro e quando o bebê olha para você, muda tudo. O cansaço vai todo embora. A vontade é de ficar com eles, grudados. Mudou minha vida de cabeça para baixo, mas tudo o que eu recebo em troca é positivo, gostoso, um amor diferenciado".

Os filhos foram concebidos em fertilização in vitro, na barriga de Mylenna. "Com 51 anos, eu não poderia concebê-los na minha barriga. Nós nos precavemos muito. Chegamos a um doador e não queríamos que ele fosse alguém muito diferente de nós duas", conta.

Vai passar

Isabella preferiu recentemente abandonar um pouco as redes sociais por ver nelas um mundo de "muita violência, de muitas agressões". Ainda assim, na posição de artista e de mulher casada com mulher, diz não sentir medo nem apreensão. Mas sabe que há preconceitos para serem quebrados.

"Esse momento de intolerância vai passar. Antes disso que está acontecendo, víamos (intolerância) com muito mais facilidade e naturalidade de várias pessoas. Somos uma família moderna, saímos um pouco da estrutura de família tradicional. Muitas pessoas são criadas por pai e mãe, ou por pai e pai, mãe e mãe", conta ela, casada no papel com Mylenna. "Vejo que hoje há pessoas mais tranquilas para se falar e tocar nesse assunto, inclusive na familia da Mylenna. É uma família mineira tradicional e fui muito bem recebida lá", completa ela, que é parceira da mulher em quatro faixas no novo disco.

Ela e Mylenna vão se esforçar para que Ignácio e Estevão vivam num mundo em que haja mais entendimento. "O futuro vai ser como a gente vai construir. O tempo vai dizer como será o convívio deles. Vamos escolher bem a escola em que eles irão estudar, por exemplo. Somos uma família de muito amor, que é a mensagem que quero passar para os meus filhos", explica.

Máquina do tempo

O disco novo teve faixas gravadas na Argentina e o material, revela ela, foi composto antes da gravidez. A desencantada 'Rivotril', uma das músicas (composta com a ajuda de vários admiradores numa live nas redes sociais), já virou brincadeira entre os fãs, que apostavam que o material do disco iria vir mais "fofo" e doce.

"E tem a faixa-título, que fala de coisas como 'felicidade não se vende no mercado', 'me dá a chave de fenda do mundo que quero consertar a cabeça das pessoas'. O disco vem num fim de ciclo, encerra a comemoração dos meus 15 anos de carreira e vem na época em que sou mãe. Não foi de propósito, não foi pensado, mas percebi depois que as mensagens do disco envolvem o que estou vivendo nesse momento", anima-se.

 

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