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Por Priscila Correia

Maitê, 4 anos, sempre foi muito ativa e saudável. Mas, em 2019, a vida dela mudou drasticamente. A mãe, Talita Ribeiro, percebeu que a filha estava diferente na festa de 3 anos. "Queria colo, não quis brincar. Achei que fosse cansaço, mas ela continuou assim, inclusive sem apetite. Pensei que fosse garganta e fomos ao médico. Ele examinou e resolveu fazer mais avaliações. Ao apertar a barriga, sentiu o baço inchado. Pediu outros exames e veio o diagnóstico: leucemia linfoide aguda", conta. Logo depois a filha foi internada, começou o ciclo de quimioterapias e hoje, dez meses depois, está bem. Em breve, passará por um mielograma, e a expectativa da família e da equipe médica é que não exista mais residual da doença.

Segundo o Inca, no Brasil, o câncer infantojuvenil é a enfermidade que mais mata crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, mas as chances de cura chegam a 64%. E uma das ações que ajudam nessa prevenção é o Programa Diagnóstico Precoce, do Instituto Ronald McDonalds, que capacita profissionais que lidam diretamente com crianças e adolescentes para identificar os principais sinais e sintomas da doença no seu estágio inicial. Cláudio Galvão, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica, diz que entre os tipos de câncer mais comuns entre crianças e adolescentes estão as leucemias agudas, os tumores do sistema nervoso central e os linfomas (doenças dos linfonodos). "A maioria tem chances de cura, mas alguns subtipos menos comuns de tumores cerebrais podem ser mais difíceis de curar. Mas a mensagem é que a maioria dos casos pode ser curado", esclarece.

Já Viviane Sonaglio, coordenadora da Oncologia Pediátrica da Rede D'Or em São Paulo, alerta para sintomas como reflexo branco na pupila (menina dos olhos), que pode ser visível no dia a dia, ou em fotografias. A coloração normal do reflexo é avermelhada; estrabismo, que surge repentinamente; aumento de volume em qualquer região do corpo (caroços ou inchaços), principalmente indolor e sem febre, com ou sem sinais de inflamação, como dor ou vermelhidão (pode sugerir crescimento tumoral e necessitar avaliação); manchas roxas pelo corpo em regiões pouco frequentes e não relacionadas a traumas; cefaleia persistente e progressiva, associada ou não a vômitos, alterações ao caminhar, desequilíbrio ou alterações na fala, além de perda de habilidades (a criança deixa de ficar em pé, piora da letra) e alterações no comportamento; e febre prolongada, perda de peso, palidez ou cansaço persistente inexplicáveis.

O câncer não é, na imensa maioria dos casos, genético ou hereditário. "A predisposição ocorre em apenas uma minoria, como em pessoas que têm retinoblastoma, um tumor pediátrico próprio dos olhos", conclui Vicente Odone Filho, oncopediatra e diretor médico do Itaci — Instituto de Tratamento do Câncer Infantil.

 

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