Deborah Secco - Globo/Sergio Zalis
Deborah SeccoGlobo/Sergio Zalis
Por Juliana Pimenta
Rio - Uma personagem que a gente ama odiar! Essa é a Íris, interpretada por Deborah Secco em ‘Laços de Família’. Com a reprise da trama de Manoel Carlos no ‘Vale a Pena Ver de Novo’, da Globo, a atriz relembra como foi fazer uma personagem que mexia com os sentimentos de todo mundo, dentro e fora da ficção.

“Ela tinha uma mistura de sentimentos. Atribuo o sucesso da Íris a ela ser muito humana. Uma pessoa com qualidades e defeitos, ao mesmo tempo em que, em algumas atitudes, ela era cruel. Foi uma personagem onde eu pude trabalhar muitas nuances. Invejosa em alguns momentos, em outros, generosa. Muito apaixonada pela família. Era aquela pessoa que ninguém ama, todo mundo aceita”, destaca Deborah, que faz um balanço da empatia do público pela menina de personalidade forte.

Galeria de Fotos

Deborah Secco em 'Laços de Família' Reprodução
Deborah Secco e José Mayer nos bastidores da trama Reprodução
Deborah Secco e Lilia Cabral em 'Laços' Roberto Steinberger
Deborah Secco Globo/Sergio Zalis
Deborah Secco Globo/Sergio Zalis
Deborah Secco Globo/Sergio Zalis
Deborah Secco Globo/Sergio Zalis


“Quando o pai e a mãe morrem ela vai morar de favor com a irmã, ninguém tem por ela uma afeição genuína de família. Acho que isso tocou muito o público e fez com que ela não virasse só uma vilã”, declara.

Virada na carreira

Apesar de ter apenas 20 anos na época da novela, Deborah já estava em ascensão na sua carreira na TV. No ano anterior, a atriz tinha sido destaque como a Marina, de ‘Suave Veneno’. Mas, para Deborah, o grande ponto de virada veio em ‘Laços de Família’. “A Íris mudou a minha vida. Ela foi o primeiro personagem popular da minha carreira. Muitos a adoravam, mas tinha muita gente que a odiava também. Eu mal conseguia sair na rua, o que para mim era maravilhoso. Sinal de que o trabalho que eu estava fazendo estava indo para um caminho legal. Nunca imaginei que ela seria tão lembrada 20 anos depois”, confessa a atriz, que considera a trama como “uma das maiores alegrias na profissão”.

“O processo de criação foi um dos mais profundos da minha vida, tentar entender a maneira de pensar e os sentimentos dessa menina... Eu lembro que fiz diversos textos sobre a vida da Íris, recortes e colagens sobre como eu achava que ela era. Participei da construção do figurino, sugeri o macacão, as chiquinhas... Eu achava que ela tinha aquele universo infantil de quem cresce longe da cidade grande”, conta Deborah.

Papel fundamental

Os detalhes são tantos que Deborah faz questão de destacar os momentos marcantes das suas primeiras sequências da novela. “Várias cenas me marcaram. Lembro muito da primeira cena que gravei da novela, no interior do Rio Grande do Sul. Eu já começava em cima de um cavalo, e nunca tinha andando!”, brinca a atriz que, querendo ou não, falava em cenas coisas que o público gostaria de dizer para o trio de protagonistas.

“Depois descobre que a Camila (Carolina Dieckmann) quer roubar o namorado da mãe, e fica louca com isso, passa a odiar a sobrinha para proteger a irmã. Foi uma trajetória muito interessante. O Maneco traz nas suas novelas essa simples complexidade das relações humanas que é incrível”, detalha.

Conforto no isolamento

Quando a pandemia começou, Deborah estava no ar como a Alexia, de ‘Salve-se Quem Puder’. As gravações foram interrompidas e, com isso, a novela saiu do ar. No entanto, a surpresa veio com a reprise de ‘Laços’. Desse jeito, além de estar no ar, a atriz conta que pode matar as saudades, vinte anos depois, de um período muito feliz de sua vida. “Foi um período maravilhoso, uma das melhores novelas que eu já fiz. Era um elenco e uma equipe muito unida. O elenco virou uma família como no título da novela. Todo mundo era muito junto, muito amigo. Somos próximos até hoje”, declara.