A dentista Adriana Gazola passou por um relacionamento abusivo e decidiu ajudar outras mulheres que sofrem o mesmo drama, auxiliando no resgate da autoestima Reprodução
Mas não foi um processo simples. Demorou para que ela percebesse a forma como o antigo parceiro a menosprezava. Ao tomar a decisão de se separar, foi possível se reencontrar e traçar uma meta: fazer de sua história, um alerta para ajudar mulheres. Nasceu o projeto: “A Beleza da Virada”.
Ela identificou que, quando uma mulher passa por essas situações na vida, olha no espelho e não se reconhece. É necessário repaginá-la e ela passa a fazer parte do processo! Se qualificou na área de estética orofacial, transformando vidas de muitas mulheres fragilizadas e sem autoestima.
A especialista conta a sua própria história no livro “A Beleza da Virada” e narra casos de superação de mulheres que ajudou e que foram as chaves para sua própria mudança. É impossível não se identificar com pelo menos uma das histórias narradas no livro. Ela também ministra cursos e mentorias para profissionais da saúde, além de palestras voltadas para mulheres.
Relacionamentos abusivos costumam começar de forma tão sutil e a mulher não consegue perceber. De repente, aquela pessoa linda, cheia de planos, passa a ser insegura com sua própria imagem, triste, sem amor-próprio e tão dependente da relação, que não consegue se separar. Foi em uma história assim que a odontologista mudou a sua vida. Vamos conhecer um pouco mais sobre essa mulher que inspira outras mulheres? Confiram a entrevista completa.
Como decidiu trabalhar ajudando outras mulheres?
Me casei em 2015 depois de um namoro de 5 anos. Em 2016 comecei a entender que eu não estava bem. Eu vivia infeliz mas não sabia exatamente a causa. Comecei a fazer terapia, me aproximei também de Deus e entendi que eu precisava fazer algumas mudanças na minha vida, começando pelo meu divórcio. Vivia um relacionamento abusivo e aos poucos estava me distanciando de tudo que me fazia bem. Assim que me separei fui fazer um curso de especialização na área de Harmonização Facial (que tinha sido legalizada como uma especialidade da Odontologia). Nesse curso eu tive a oportunidade de ser paciente modelo. O que eu senti naquele procedimento foi decisivo para o que viria depois. A sensação de estar sendo cuidada e ficando mais bonita foi renovadora. Foi uma injeção de autoestima e eu decidi que era isso que eu queria fazer por outras mulheres. Me especializei em Harmonização Facial e idealizei a clínica Identità- um lugar onde as pessoas cuidariam e resgatariam suas identidades.
Como superou um relacionamento abusivo?
Entendendo que eu não fui "vítima" de nada e nem ele "culpado". Eu me submeti àquela situação por estar super fragilizada, especialmente no que dizia respeito à minha autoestima. E resolvi usar esse momento de dor como um impulsionamento para agir ajudando outras mulheres a se fortalecerem e, dessa forma, evitando que também passassem por coisas parecidas.
Conta um pouco sobre o seu livro?
O livro conta a história de superação e transformação de algumas pacientes minhas e como essas histórias foram sendo gatilhos para o meu processo de transformação. Além disso, o livro vai mostrando como uma vez que eu me encontro e me fortaleço como pessoa, eu ganho força para começar a crescer também profissionalmente. Acredito que o fortalecimento da autoestima beneficia todas as áreas da vida de uma pessoa. O livro fala sobre a importância da autoestima para uma jornada empreendedora e, claro, para a vida!
Qual seu recado para todas as mulheres?
Ter essa voz é emocionante e me faz ter certeza que tudo que eu passei tem um motivo: ter força para fortalecer outras mulheres. Meu recado para as mulheres é: Não deixe que ninguém faça você acreditar que você é menos, que não tem valor. Não deixe ninguém te diminuir. Enxergue seu valor porque toda mulher é forte e especial.
Você se acha um mulherão? O que é ser um mulherão pra você?
Ser um mulherão pra mim hoje é ter coragem de ser quem se é. É ter coragem de se priorizar e assumir pro mundo que você é assim, com suas qualidades e seus defeitos! Hoje eu me considero um mulherão mas isso foi, sem dúvidas, um processo longo. Na minha opinião toda mulher pode ser um mulherão se escolher isso, assumindo o protagonismo de sua vida e não deixando que outra pessoa assuma esse papel!
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