Thelminha, a médica vencedora do BBB20Divulgação

Thelma Assis, também conhecida como Thelminha, é um grande exemplo de como a paixão e o talento podem abrir portas em diversas áreas. Nascida em São Paulo, foi dotada por uma família aos três anos, cresceu na periferia e teve uma infância cercada de muito afeto, dificuldades financeiras e muito incentivo para a educação. A menina tinha grande interesse pela medicina e pelo entretenimento, o que a levou a uma carreira que combina saúde e entretenimento.
Formada em medicina com especialização em anestesiologia, construiu uma carreira sólida e respeitada no campo da área médica. Seu compromisso com a profissão é admirável e sua atuação tem sido marcada pela excelência e pelo cuidado com seus pacientes. No entanto, sua vida ganhou uma nova dimensão quando participou da 20ª edição do Big Brother Brasil. Sua participação foi marcada por uma combinação única de inteligência, carisma e autenticidade, o que a fez conquistar o coração dos brasileiros e a levar o prêmio principal.
A vitória no programa não só a lançou ao estrelato, mas também ampliou suas oportunidades de atuação no mundo do entretenimento. Hoje Thelminha também é apresentadora e faz parte do time de apresentadores do programa É de Casa, na TV Globo.
Além de sua carreira na medicina e na televisão, Thelminha também é conhecida por seu engajamento em causas sociais. Ela usa sua plataforma para promover a saúde, a educação e a igualdade, destacando a importância da responsabilidade social e do ativismo positivo. Recentemente, participou de uma expedição liderada pela ONG Zoé, que realiza atendimentos gratuitos em comunidades ribeirinhas do Pará.
Thelminha é, sem dúvida, uma mulher forte que continua a trilhar um caminho de sucesso. Sua trajetória é um testemunho de como a paixão por diferentes áreas pode se complementar e enriquecer a vida de maneira significativa. Vamos conhecer um pouco mais sobre essa mulher que inspira outras mulheres? Confira a entrevista completa.
Como foi sua criação? Como é sua relação com a família?
Eu fui adotada aos 3 dias de vida e criada pelos meus pais e meus avós na periferia de São Paulo. Tive uma infância cercada de muito afeto, algumas dificuldades financeiras e muito incentivo para a educação.
Você pretende ter filhos? Como estão esses planos?
Pretendo ter filhos; é um dos meus sonhos. Congelei meus óvulos e também pretendo adotar um bebê.
Como decidiu fazer trabalho voluntário?
Eu conheci o trabalho da ONG ZOÉ através de uma reportagem do Dr. Drauzio no Fantástico. Procurei o pessoal da ONG e entrei como voluntária em 2023. Na minha primeira expedição, me apaixonei pelo trabalho, que consiste em montar um centro cirúrgico que, durante o ano, fica desativado, além de realizar procedimentos cirúrgicos e clínicos. Tudo isso acontece na cidade de Belterra, no Pará. O trabalho médico voluntário tem sido um grande propósito na minha vida e por isso retornei esse ano na 31º expedição da ONG e a minha 2° expedição de muitas que pretendo fazer.
Como está sendo a preparação para o carnaval 2025?
Assim como a medicina, o carnaval é uma grande paixão em minha vida. E 2025 terá um gosto ainda mais especial, pois completo 20 anos de avenida desfilando pela Mocidade Alegre, onde trago a escola na frente do carro abre-alas e também farei minha estreia na Acadêmicos do Salgueiro, representando um personagem muito especial na última alegoria. Além disso, sou musa do maior bloco de rua do carnaval de SP, o Acadêmicos do Baixo Augusta, e musa do Camarote Bar Brahma. Ou seja, uma maratona de compromissos que eu amo e entrego com muita garra, respeito e dedicação.
E o trabalho na TV? Quais são os próximos projetos?
Em relação ao trabalho da TV, estou muito feliz sendo uma das apresentadoras do quadro 'Bem Estar' no 'É de Casa'. Faço esse quadro com muita paixão porque ele concilia minhas duas profissões: a medicina e a comunicação, pelo fato de ser uma apresentadora. Espero que em 2025 eu consiga tirar do papel alguns projetos que eu tenho, cada vez mais para impulsionar conteúdos voltados para as questões de saúde.
As mulheres sofrem mais com o preconceito?
Eu perdi as contas de quantas vezes o racismo me atravessou na minha trajetória como mulher preta. Se o racismo é pior para as mulheres? Com certeza, são opressões que se interseccionam, o racismo e o machismo, e mulheres pretas que são a base da sociedade acabam sofrendo essa dupla opressão, e comigo não foi diferente. Muitas vezes duvidaram de mim, da minha capacidade, pelo simples fato de ser uma mulher preta. Muitas vezes não me reconheceram no meu espaço de trabalho, inúmeras vezes acabei carregando essas cicatrizes, mas hoje eu ressignifico as cicatrizes. Eu quando olho pra minha trajetória, parto de um lugar de realização, de conquista, de superação, e não mais num lugar de dor. Acho que realmente falta a sociedade ter pessoas aliadas que realmente lutem contra o racismo, que sejam antirracistas de fato, e que normalizem o olhar de presenças pretas ocupando lugares de poder, ocupando cargos de liderança, na mesma proporção que pessoas brancas, já que somos maioria na sociedade. Acho que é um trabalho contínuo que tem que acontecer nas escolas, na educação, na formação profissional, nas empresas. Eu sei hoje em dia reconhecer o trabalho de empresas que realmente lutam por uma sociedade mais igualitária, com menos desigualdade, e isso consequentemente com sequelas do racismo estrutural menos impactantes. Eu sou esperançosa nas futuras gerações, mas acho que o caminho ainda é muito longo, porque infelizmente muitas pessoas ainda não entenderam a importância disso.
Você se acha um mulherão? O que é ser um mulherão para você?
Eu me considero um mulherão porque pra mim ser um mulherão é você se orgulhar de quem você é, se orgulhar da sua história, da sua trajetória, e eu até aqui tenho honrado todos os meus princípios, tudo que acredito, principalmente o fato de acreditar em mim e no meu potencial quando muitas vezes outras pessoas não acreditaram, e de sair conquistando tudo que eu quiser, não me permitindo que me coloquem em "caixinhas", que me deleguem algo que só cabe a mim decidir sobre minha vida, sobre meu corpo. Acho que tudo isso faz parte do conceito de ser um mulherão, e por isso eu me considero uma.
Pode deixar um recado para todas as mulheres?
A dica para as mulheres também vai muito nesse lugar, um recado de força para as mulheres, que essa força só vai partir de um lugar de autoconhecimento intenso, de amor próprio, de autocuidado, da gente entender que somos nosso próprio santuário, que nós precisamos nos reconhecer na nossa essência, nos valorizar e valorizar essa essência e essa história, pra poder sair conquistando cada vez mais, mesmo que as pessoas duvidem, nunca se permitir ser subestimada pelo fato de ser mulher, pelo fato de ser uma mulher preta, é isso que tenho feito ao longo dos meus 40 anos e quero continuar fazendo, e a cada conquista que a gente vai colecionando, a gente se empodera para conquistar cada vez mais.