Musas de Duque de Caxias se preparam para brilhar na Sapucaí. - Gabriel Mendes/Eliakin Moura/Divulgação
Musas de Duque de Caxias se preparam para brilhar na Sapucaí.Gabriel Mendes/Eliakin Moura/Divulgação
Por O Dia

Duque de Caxias - Que a Grande Rio é boa de samba todo mundo já sabe. Neste Carnaval, a Tricolor está com um timaço de sambistas que prometem fazer bonito também em outras agremiações. São passistas e destaque que vão desfilar como musas (e muso) em escolas da Série A, e até em São Paulo.

É o caso de Marisa Furacão. Ela será musa da Vila Maria, do Grupo Especial paulista, e foi uma das primeiras passistas da Grande Rio a trilhar outros caminhos fora da escola. A moradora do bairro Pantanal já passou por escolas como União do Parque Curicica e Inocentes de Belford Roxo. 

- Estou na Grande Rio há 21 anos. Há uns sete anos que eu consegui a liberação pra desfilar em outras escolas. Foi difícil, mas consegui. Depois de mim, outras também foram conseguindo. Acima de tudo, é um reconhecimento do nosso trabalho dentro da Grande Rio - afirmou Marisa.

A passista, que continua desfilando na Tricolor, virou exemplo para diversas meninas da comunidade. Há 11 anos na escola, Andressa Pandeiro não esconde a admiração que tem por Marisa. Este ano, a mulata vai estrear como musa da Unidos da Ponte, da Série A, e pretende ir mais longe.

- Acho que todas nós pensamos em ser rainha de bateria um dia. É um sonho! Comecei no samba na Pimpolhos (escola mirim da Grande Rio) e estou na ala de passistas. Todos esses anos foram anos de aprendizado, de amadurecimento - disse Andressa, que é moradora do Beira-Mar.

Ela desfilará na frente do segundo carro da azul e branco de São João de Meriti ao lado de Thiago Rogério. O passista da Grande Rio é outro que irá estrear no posto de muso na Passarela do Samba. O jovem morador do Centro garantiu que precisa se preparar tanto quanto as musas.

Apesar de não ser fã de musculação, Thiago procura manter a forma através da natação.

- O assédio também é grande como muso (risos). Eu procuro me diferenciar no tipo de dança que faço. Faço um samba mais malandreado e acho que as pessoas gostam - contou o caxiense.

Musa trans da Sossego

Conhecida no meio fitness por ter sido a primeira mulher trans a subir no pódio em um campeonato de fisiculturismo, Priscila Reis nunca tinha desfilado antes. Além de destaque do último carro da Grande Rio, ela foi convidada para ser musa da Acadêmicos do Sossego, da Série A. E logo na estreia, Priscila promete causar: ela virá vestida de Oxum na frente da última alegoria da azul e branco de Niterói.

- Venho falando sobre a tolerância. E, com certeza, vou ser uma das musas mais faladas deste Carnaval. Sempre gostei de Carnaval, mas nunca tive uma oportunidade - revelou Priscila, que mora na Itatiaia.

Será em Niterói que Beyoncé Cris vai mostrar todo o gingado. A morena será musa da Cubango pelo segundo ano consecutivo e rainha de bateria da Alegria da Zona Norte, atual campeã do Grupo Especial da cidade da Região Metropolitana do Rio.

- E ainda vou para o meu sexto ano como passista da Grande Rio. Eu intensifico a malhação nesse período, mas a resistência mesmo a gente ganha durante os vários ensaios de samba - comentou Beyoncé.

“Artista também gosta de samba”

Passista das mais experientes da Grande Rio, Luciene Santinha irá para o quinto ano como musa da Inocentes de Belford Roxo. Ela desfilará em posição nobre: na frente do abre-alas da agremiação. Apesar de nunca ter sido rainha de bateria, Santinha conta com uma enorme torcida para que isso ocorra.

- Desfilar na frente da bateria é o sonho de toda menina de comunidade. Muita gente reclama dos artistas, mas não me afeta em nada. Artista também gosta de samba e podem sim desfilar. A Grande Rio dá oportunidade pra todo mundo - pontuou Santinha, que faz parte da Corte Real de Duque de Caxias, como princesa. 

Santinha começou na Tricolor há 28 anos, quando tinha 6 anos, desfilando na ala das crianças. Atualmente, ela coordena junto com Marisa Furacão um projeto social de aula de samba no pé na Grande Rio.

- A gente tem que incentivar desde criancinha. Assim, a gente traz o pai, a avó, todo mundo para o samba - finalizou.

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