Ivanir do Santos era pré-candidato a senador no Rio de Janeiro pelo PDTDivulgação

O professor da UFRJ e Babalawô Ivanir dos Santos emitiu, no último domingo (8), uma nota oficial lamentando a escolha do PDT-RJ em lançar Cabo Daciolo em seu lugar como candidato ao Senado, e afirmou que a luta pela defesa dos mais humildes irá continuar.
No documento, o professor de História Comparada diz que não se arrepende de ter lutado por aquilo em que acredita, faz menção a Leonel Brizola, ex-governador do Rio e fundador do PDT, e afirma que não só o Rio, mas o Brasil, perde a oportunidade de discutir temas como a democracia; a diversidade; a pluralidade; a tolerância religiosa; a luta antirracista e o cuidado com os vulneráveis.
“Não há arrependimento de ter lutado com dignidade em prol do que acredito e ser buscado seguir os passos do nosso saudoso Leonel Brizola em prol da população marginalizada, favela e preta. Não reservo sentimentos ruins ou revanchistas. Mas sinto uma ponta de tristeza, pelo RJ e o Brasil perderem a oportunidade de trazer para os holofotes da discussão política, temas fundamentais para uma sociedade mais justa e mais humana.”
Ivanir do Santos diz ainda que o país vive um “momento histórico de genocídio dos povos indígenas; das contínuas chacinas contra o povo preto, pobre e de periferia; do aumento dos feminicídios e agressões à comunidade LGBTQIA+; do desmatamento da Amazônia; do crescimento das milícias; do ódio e da intolerância; da volta da fome, com inflação galopante e total descaso dos governos federal e estadual.”
Na luta e combate ao preconceito pelas religiões de matrizes africanas, o Babalawô também informa na carta que no dia 18 de setembro, às 10h, acontecerá a 15ª edição da Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, saindo do Posto 6 em Copacabana.
Na sexta-feira (5), fim do prazo dado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para a realização das convenções para a escolha de candidatos, o PDT oficializou o III Sargento do Corpo de Bombeiro e pastor evangélico Cabo Daciolo ao Senado do Rio de Janeiro. O presidente nacional do partido, Carlos Lupi, propôs um mandato compartilhado, mas, como não houve consenso sobre quem seria o mandachuva da chapa, o acordo não avançou.
O ex-deputado e candidato à presidência do Brasil em 2018 vai concorrer ao Senado como candidato da chapa encabeçada por Rodrigo Neves (PDT). O vice do ex-prefeito de Niterói é o ex-presidente da OAB Felipe Santa Cruz (PSD), indicado por Eduardo Paes.