Carteira de trabalhoDivulgação

A 11 dias das eleições, o nível geral da atividade econômica talvez seja um dos temas que mais impactam diretamente a vida do cidadão. Afinal, uma série de indicadores sociais, como segurança alimentar, acesso à moradia, serviços de maneira geral e capacidade do pagamento de contas e dívidas estão diretamente ligados ao tema.
Na última pesquisa IPEC divulgada, 49% das pessoas responderam que a capacidade de pagar contas piorou nos últimos três meses. Porém, a economia parece dar sinais de recuperação no cenário pós-pandemia, com o menor desemprego, 12,6%, desde o terceiro trimestre de 2016, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do IBGE. Além disso, conforme dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no primeiro semestre de 2022, foram gerados 104.144 empregos com carteira assinada no estado. O número teve um aumento de 55,32% quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
Mas como os candidatos ao governo pretendem alavancar ainda mais tais números? Em seus programas de governo, há diferentes estratégias. Desde uma maior participação do estado no setor até propostas de desburocratização e melhora do ambiente de negócios. Existem propostas de definição de metas para a criação de novos postos de trabalho para o período que vai de 2023 até 2026 e de ações baseadas na coordenação dos setores econômicos a partir de planos capitaneados pelo Estado. A questão da transparência em licitações e em contratos do governo com a iniciativa privada também mereceu a atenção dos programas. Ela é citada como ponto decisivo para a credibilidade do Rio de Janeiro e sua capacidade de gerar maior investimento e, como consequência, novos postos de trabalho. Por fim, o estímulo ao empreendedorismo e o mapeamento dos pequenos, médios e grandes negócios aparecem como pontos importantes para as candidaturas com o objetivo de possibilitar que o setor público atue como alavancador do crescimento.
Confira detalhadamente as propostas de cada candidato:
Cláudio Castro (PL)
Segundo o programa de governo de Cláudio Castro, seu objetivo central para o próximo mandato é gerar no estado “a maior onda de oportunidades de emprego vivida nos últimos 50 anos”. Empregos com segurança é apresentada pela candidatura como “uma verdadeira obsessão”. No programa de governo a necessidade de um diálogo permanente e incessante com as forças empreendedoras do estado do Rio de Janeiro ganha destaque. Para o período do próximo mandato, projeta poder contabilizar a abertura líquida de mais um milhão de postos de trabalho.
Cyro Garcia (PSTU)
Para a candidatura, é urgente inverter a lógica que “prioriza os lucros de uma dúzia de bilionários enquanto milhões estão passando fome no RJ”. Cyro defende pôr em movimento, através da mobilização da classe, um plano emergencial para acabar com fome e garantir emprego,moradia e uma vida digna para os trabalhadores. No programa de governo, é defendida a implementação de medidas que vão ao sentido oposto da Reforma Trabalhista, da Lei das Terceirizações e demais legislações que, segundo o mesmo, “retiram direitos e precarizam o trabalho”.
Eduardo Serra (PCB)
Para Eduardo Serra, a situação de miséria agravada pela política dos seguidos governos ultraliberais, especialmente no governo Bolsonaro, impõe ao governo estadual a adoção de
medidas emergenciais de combate à fome, à miséria e ao desemprego. Para o combate imediato ao elevado índice de desemprego a candidatura defende a criação de frentes de trabalho urbanas e rurais voltadas para ações como reparo e construção de escolas,postos de saúde e moradias populares. Outra proposta é a construção de restaurantes populares, com contratos e garantias trabalhistas e apoio à saúde e à educação dos trabalhadores.
Juliete Pantoja (UP)
A candidatura pretende realizar uma auditoria da dívida pública do estado do Rio de Janeiro com entes estatais e privados para eliminar irregularidades e renegociar dívidas que, em sua opinião, “só servem para sangrar os recursos públicos e enriquecer bancos e especuladores do sistema financeiro''. Outra proposta é a criação de um Banco Estadual para fortalecer a capacidade de investimento público em infraestrutura. Juliete defende ainda a criação de frentes emergenciais de trabalho para acabar com o desemprego e ampliar as obras públicas de primeira necessidade para a população.
Luiz Eugênio Honorato (PCO)
A candidatura de Luiz Honorato defende a redução da jornada de trabalho para o máximo de 7 horas por dia, 5 dias por semana (35 horas semanais). Segundo ele, é necessário que os cidadãos trabalhem menos para que todos trabalhem. Outra proposta da candidatura é a proibição das demissões e readmissão de todos os demitidos na pandemia e a ocupação e controle dos trabalhadores das empresas que demitam ou ameacem fechar. O programa de governo da candidatura defende ainda a criação de um salário mínimo vital suficiente para atender às necessidades do trabalhador e de sua família de R$ 7,5 mil.
Marcelo Freixo (PSB)
A principal proposta de Marcelo Freixo é a construção de um “Pacto pelo Desenvolvimento'' que articule as três esferas de governo (União, estado e municípios) e o setor produtivo, em torno de uma agenda liderada pelo governador. Segundo a candidatura, a criação de um novo ambiente de negócios requer o resgate da credibilidade que o Rio de Janeiro perdeu nos últimos anos. Uma máquina pública eficiente, com empatia às complexidades do investimento privado e com interlocução técnica e séria aparece como prioridade no programa de governo. Para Freixo a melhoria do ambiente de negócios no estado começa com o enfrentamento à corrupção.
Paulo Ganime (Novo)
A valorização do livre mercado e do empreendedorismo aparece como ponto central da proposta da candidatura. Paulo Ganime pretende colocar foco na redução dos custos burocráticos para o empreendedor com o propósito de facilitar a abertura e manutenção de
pequenos, médios e grandes negócios que, segundo o programa, são prejudicados pelas exigências do setor público. Outra proposta é a promoção de um ambiente favorável aos produtos fluminenses para que sejam competitivos e reconhecidos em excelência e qualidade em todo o Brasil e no exterior, certificados pelo próprio mercado.
Rodrigo Neves (PDT)
Para Rodrigo Neves, o Estado tem papel fundamental na geração de empregos, e deve ampliar os investimentos em infraestrutura, garantindo melhoria logística e reorganizando o território e as potencialidades. Segundo a candidatura é fundamental retomar a credibilidade, segurança e melhorar o ambiente de negócios da economia fluminense, gerando aumento dos investimentos que criam novos postos de trabalho em todo o estado. Os setores de serviços, comércio,turismo, cultura e entretenimento, a indústria de petróleo e gás e a logística aparecem em destaque no programa de governo do candidato.
Wilson Witzel (PMB)
Wilson Witzel acredita que é essencial que o estado do Rio de Janeiro volte a se desenvolver com rapidez, estabilidade e sustentabilidade. A candidatura defende melhorar o ambiente de negócios tornando-o atrativo, seguro e desburocratizado. Com isso, busca que os investimentos voltem a surgir de maneira diversificada e antenada com as demandas da iniciativa privada. Witzel quer priorizar as empresas que realmente querem trabalhar em prol do estado. Além disso, pretende reduzir sensivelmente a dependência do Rio de Janeiro dos royalties do petróleo.