Geraldo Alckmin (PSB) disse que não acredita em um eventual golpe do presidente Jair Bolsonaro (PL) em caso de vitória da chapa petista. AFP
Alckmin disse também que acredita no profissionalismo e na seriedade das Forças Armadas. "Forças Armadas são cumpridoras da Constituição. A democracia no Brasil vem sendo provada e está se mostrando bastante sólida. Aliás, golpe é crime. Você pode divergir, mas não atentar contra a lei maior do País", disse o ex-governador paulista.
Na avaliação de Alckmin, não há "legitimidade popular" para golpe. "Se tiver movimento na rua, será para tirar Bolsonaro. Não terá movimento para corromper", afirmou, para em seguida avaliar ser importante respeitar os mandatos.
Alckmin também atribuiu a escalada da violência política ao presidente Bolsonaro e disse esperar que não haja novos episódios. "Isso é a antipolítica. Política não é mata-mata. Acho que muito disso vem da forma que o presidente Bolsonaro se comporta. O presidente da República deveria dar o entendimento", afirmou, acrescentando que o estímulo ao divisionismo estimula as pessoas a cometerem atos "obscuros".
Questionado se o presidente Bolsonaro estaria preparando um tumulto semelhante ao que ocorreu no Capitólio após a derrota do ex-presidente Donald Trump nos Estados Unidos, Alckmin disse que "pode ser". "É também diversionista. Em vez de discutir como recuperar economia, como melhorar saúde, de tratar dos problemas reais do País, como fome, desemprego, fica nesse diversionismo. Não é uma agenda do povo. É o estilo autoritário", afirmou o ex-governador.
Voto útil
O pessebista também refutou as críticas de outros presidenciáveis sobre o pedido de voto útil pela chapa petista. "Ninguém pede voto útil. Todo mundo pede voto. Todo candidato quer ganhar no primeiro turno. Não é uma campanha pelo voto útil É uma campanha pelo voto", disse ele na sabatina.
O ex-governador defendeu, contudo, a resolução do pleito no primeiro turno. "É melhor para o Brasil porque sai dessa confusão, dessas brigas. De repente, pode até ter morte, ter acidente, ter tragédia. É melhor para o povo porque dá mais tempo de organizar e para a economia porque dá mais tempo de se estruturar", afirmou. "Se tiver segundo turno, estaremos lá", acrescentou.
Alckmin afirmou também que seja vitória em primeiro ou segundo turno, a vitória de quem ganhar "não pode ser contestada". "Acho que tem chance (de vitória no 1º turno) porque o eleitor analisa a realidade e procura decidir, não porque há pedido de voto útil Vitória no primeiro turno evita brigas e dá mais tempo para transição. Infelizmente, não estamos em ambiente normal", enfatizou.
Comparando com a eleição de 2018, Alckmin disse que a "desidratação" dos candidatos das pontas é menor porque os candidatos estão com menos votos que os de 2018, a qual ele disputou como candidato à Presidência.
Instituições
Na sabatina, Alckmin também criticou os questionamentos sobre o Judiciário. "Estamos vivendo em anormalidade e de contestação do Judiciário. É um erro se trabalhar contra as instituições e outros Poderes. Precisamos fortalecê-las, aperfeiçoá-las. É uma coisa autoritária", disse.
O ex-governador afirmou que não espera que cenário de suspeição às instituições no Brasil. "Quando você levanta suspeição sem fatos não é adequado. É uma propagação de fake news", pontuou, acrescentando que devemos respeitar as conquistas como a criação de uma Justiça Eleitoral.
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