Hoje, Bolsonaro vai encontrar com o governador Cláudio Castro (PL), em Duque de CaxiasReprodução/Facebook

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira, 13, que seu adversário na disputa pelo Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vai "voltar para a cadeia". Durante discurso em Recife (PE), o chefe do Executivo disse ainda que defende o livre comércio, ao contrário do "Estado opressor" supostamente preferido pelo petista. Uma das principais estratégias da campanha bolsonarista neste segundo turno é reforçar a associação entre Lula e governos do PT a casos de corrupção na tentativa de ampliar a rejeição ao ex-presidente.
"Lula, ladrão, seu lugar é na prisão", gritavam apoiadores do presidente no ato político na capital pernambucana. "É verdade. Vocês viram nas urnas como foi o voto do ladrão. Se dependesse do voto apenas dos prisioneiros no Brasil, ele teria ganho disparado no primeiro turno. Ele vai voltar para a cadeia, sim. Lugar de ladrão é na cadeia", discursou Bolsonaro.
Na terça-feira, 11, o PL levou ao ar, durante o horário eleitoral gratuito e nas inserções ao longo do dia, propaganda argumentando que o petista foi o mais votado nos presídios do País. "Os criminosos escolheram Lula para presidente. Lula e os partidos de esquerda que o apoiam defendem a saidinha de traficantes, agressores de mulheres e assassinos dos presídios. É a vida da sua família em risco", dizia um trecho do programa. A votação de detentos sem condenação definitiva é prevista na Constituição.
"Teve a sua chance de mostrar para o Brasil e para o mundo como seria administrar um País sem corrupção, optou pelo caminho errado. Não vai ganhar no dia 30 de outubro", discursou Bolsonaro nesta quinta. "Vocês sabem, no próximo dia 30, temos um encontro com as urnas. De um lado, um presidente que é pelo livre mercado. Do outro lado, um presidente que é pelo Estado opressor, forte, corrupto."
Condenação anulada
Lula foi condenado em 2018 por corrupção e lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Lava Jato. Ficou 580 dias preso e foi libertado em 2019, após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que só caberia prisão após o trânsito em julgado, ou seja, quando não há mais possibilidade de recurso. Em 2021, a Corte anulou a condenação de Lula e concluiu que o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro (União Brasil), agora senador eleito pelo Paraná, agiu com parcialidade na investigação. A sentença devolveu os direitos políticos ao petista, o que possibilitou sua candidatura à Presidência.
Bolsonaro cumpriu nesta quinta-feira seu primeiro compromisso público no Nordeste desde que associou a vitória de Lula na região ao analfabetismo. Em Pernambuco, ele não tem palanque claro na disputa de segundo turno para o governo. Raquel Lyra (PSDB) largou à frente de Marília Arraes (Solidariedade), que tem o apoio do petista e busca associar sua imagem à dele.
O presidente conta com o auxílio de pastores evangélicos e influenciadores cristãos para lançar uma "blitz" nas capitais nordestinas em busca do voto de jovens e no esforço de reduzir a vantagem de Lula na região. Uma caravana gospel batizada de "Juventude pelo Brasil" vai rodar os estados entre 20 e 26 de outubro.