No áudio, Adelar Elói Lutz, ameaça demitir os funcionários que se não votassem em Jair Bolsonaro (PL) e provassem com uma gravação do voto na urna eletrônica iriam ser mandados para ruaReprodução

Rio- Após se tornar algo de investigação pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), sob a suspeita de praticar o crime de assédio eleitoral contra funcionários de sua empresa, o agropecuarista Adelar Elói Lutz, da região do Oeste baiano, mudou o tom da conversa e alegou que tudo não passou de uma 'brincadeira'.
O empresário disse que áudio gravado ameaçando demitir funcionários e ordenando-os que se não gravassem o voto em Bolsonaro seriam demitidos, era uma 'piada'.
No áudio, Adelar Elói Lutz, chega a ameaçar demitir os funcionários que se não votassem em Jair Bolsonaro (PL) e provassem com uma gravação do voto creditado na urna eletrônica iriam ser mandados para rua.
"Se não filmar, rua", disse em audio enviado via aplicativo de mensagens aos funcionários.
É crime eleitoral praticar assédio para benefício político, assim como gravar o voto na urna eletrônica também é, de acordo com as regras atuais do Sistema Eleitoral Brasileiro. No áudio, o empresário chega a dar orientações para que trabalhadoras mulheres colocassem o celular no sutiã ao entrar na votação para filmar o voto e comprovar que votaram conforme a imposição do patrão.
Nessa quarta-feira (19), Elói Lutz mudou de ideia e tentou se explicar pelo ocorrido alegando que nunca demitiria um funcionário por razões políticas.
“Mandei esse coisa (áudio) para várias pessoas, mas não sei como foi para em outros lugares. Jamais ia fazer isso [demitir alguém]”, afirmou o empresário, sentado em um escritório com a bandeira do Brasil estampada com uma foto do atual presidente.
Após o primeiro turno das eleições gerais de 2022, em 2 de outubro, as denúncias de assédio eleitoral dentro de empresas cresceram 857,7%. Até o dia 2, eram 45 informações de ilícitos ao Ministério Público do Trabalho (MPT). Hoje, a quantidade chega a 431.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, disse na semana passada que é inadmissível 'empregadores coagirem o empregado em relação ao seu voto'.