Colunista afirma que o ministro Alexandre de Moraes usa seus poderes para beneficiar LulaReprodução / Youtube

O jornal inglês, "The Wall Street Journal", publicou um artigo de opinião na segunda-feira, 24, sobre os movimentos da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e as decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em relação às notícias negativas sobre o candidato petista.
O texto, com o título "Brazil's Left Tries to Gag Political Speech'' (Esquerda brasileira tenta amordaçar discurso político, em português), foi escrito pela colunista Mary Anastasia O'Grady, membro do conselho do periódico.
O'Grady chama o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (STE), Alexandre de Moraes de ministro "anti-Bolsonaro". Mary justificou o uso do termo, afirmando que o ministro usa seus poderes para beneficiar Lula e prejudicar o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro.
"O grau de acirramento (da disputa eleitoral) se reflete nos movimentos recentes da Corte Eleitoral brasileira, composta por sete membros. Liderado por um juiz notoriamente anti-Bolsonaro, Alexandre de Moraes, o TSE conquistou poderes extraordinários e está usando-os para amordaçar os críticos de Lula”, afirma O'Grady.
Para a colunista, o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, não representa um risco à democracia brasileira. "Se a democracia brasileira está em risco, não é, como esperneiam os críticos, por causa de Bolsonaro”, concluiu.
No artigo, a autora diz que o TSE agora tem o poder de definir o que é verdadeiro ou falso no debate político, além de suspender contas e perfis de todas as plataformas — que, para O'Grady, ultrapassam as atribuições de um tribunal eleitoral.
Ela citou uma série de decisões da Corte para exemplificar o dito abuso de poder do TSE — entre elas, o impedimento da campanha de Jair Bolsonaro de usar em sua propaganda um vídeo em que o ex-ministro do STF Marco Aurélio Mello diz que Lula “não foi inocentado”.
“A afirmação é verdadeira mesmo que faça Lula se arrepiar", diz a colunista. “O tema mais sensível para o ex-presidente é sua condenação por corrupção em 2017. (...) Ela foi anulada em razão de um detalhe técnico em 2021 e ele foi liberado (para concorrer)", disse
"Mas quando os brasileiros são lembrados do que o mandou para a prisão, eles se recordam dos enormes escândalos de corrupção que surgiram durante os 14 anos do Partido dos Trabalhadores no poder", afirmou.
O artigo ainda cita a decisão que desmonetizou canais bolsonaristas sob a alegação de que eles estariam divulgando fake news e a ordem para que o Brasil Paralelo removesse conteúdos que discutiam a condenação de Lula por conterem “desinformação, deturpando a realidade dos eventos relacionados a corrupção”.
"O tribunal eleitoral quer dispensar as liberdades civis. (...) Isso nos faz pensar como será o Brasil se Lula vencer”, concluiu a colunista.