Os candidatos à presidência da Republica se enfrentam neste ultimo debate 2° turno da campanha presidencial nesta sexta-feira(28).Cléber Mendes/Agência O Dia

Durante o primeiro bloco do último debate presidencial para o segundo turno das eleições , o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) , atacou a emissora TV Globo, que transmite o embate nesta sexta-feira (28). Ele ainda citou que o apresentador William Bonner seria o próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) caso o adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença a disputa.

Sobre o tema de inserções de direito de resposta nas campanhas eleitorais nas rádios, concedido pelo Tribunal Superior Eleitoral, o presidente disse que "o sistema todo" está contra ele e citou a Rede Globo como exemplo.
"O sistema todo está contra mim. Grandes redes de televisão, como aqui e Tribunal Superior Eleitoral. Quase todas as queixas dão a seu favor inclusive a questão das inserções das rádios, Lula. O TSE toma conta de tudo, agora quando chega numa hora de me atender por inserções que teu partido em parte roubou, o TSE inclusive vai investigar a mim e meu partido", relatou Bolsonaro.
Momentos depois, o candidato Lula introduziu o tema corrupção e afirmou que Bolsonaro e a família são corruptos.

"Se a gente aferir entre eu e ele (Bolsonaro), eu sou o único que tem atestado de idoneidade. Ganhei 26 processos na Justiça Federal, ganhei dois na ONU e ganhei na Suprema Corte. Agora você já tem 35 processos e qualquer dia um Procurador vai lhe procurar, você esteja preparado", disse Lula.

Em resposta, o atual mandatário debochou de Lula e citou que o apresentador do debate, William Bonner, seria o próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Processos de corrupção pra cima de mim, Lula? Você dizer que foi absolvido? Só se foi pelo Bonner, se ele vai repetir aqui que você foi absolvido. Eu acho que o Bonner vai ser indicado para um possível governo teu para ser ministro do Supremo Tribunal Federal. Você foi descondenado, Lula, você é um bandido", disse Bolsonaro.
Durante a primeira semana de sabatina realizada pela Globo entre os presidenciáveis, William Bonner afirmou que o ex-presidente Lula não devia mais nada a Justiça.

Entenda o caso das inserções
No começo desta semana, a campanha de Bolsonaro acusou emissoras de rádios de não veicularem inserções do presidente da República . A informação foi dada pelo ministro das Comunicações Fábio Faria em entrevista para os jornalistas.

Os advogados do governante dizem que o caso é “gravíssimo, capaz de efetivamente assentar a ilegitimidade do pleito”. Bolsonaro quer que o TSE suspenda imediatamente a propaganda de rádio do PT.

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ordenou que a campanha bolsonarista apresentasse provas da acusação. A equipe de Bolsonaro enviou o documento na noite de terça (25).

No fim da tarde de quarta (26), Moraes indeferiu o pedido do presidente da República para investigar suposto favorecimento a Lula .

Moraes afirmou que o PL levantou a suspeita de fraude às esperas das eleições sem provas concretas. O ministro ressalta que o pedido abandona a petição inicial ao apresentar uma amostragem de apenas oito rádios que teriam deixado de veicular as inserções.

No seu despacho, o magistrado ainda solicitou uma investigação contra a campanha e o PL sobre possível cometimento de crime eleitoral com “finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito em sua última semana”.

O presidente do TSE também pediu para que a Corregeria-Geral Eleitoral investigue a possibilidade de desvio de finalidade no uso de recursos do Fundo Partidário.

Ao saber da decisão do ministro, Bolsonaro fez uma coletiva de imprensa na noite de ontem. Ele criticou Moraes e prometeu que irá recorrer, seguindo as regras "das quatro linhas da Constituição".
Primeiro turno
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Lula terminou o primeiro turno com 48,43% dos votos (57.259.504 votos), enquanto Bolsonaro marcou 43,20% (51.072.345 votos) . O vencedor da disputa, marcada para o próximo dia 30 de outubro, irá comandar o país por ao menos quatro anos, até o fim de 2026, assumindo o governo em janeiro de 2023.