Gleisi Hoffmann lembrou que o PT tem 48 horas para indicar os nomes da equipe de transição Divulgação

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta segunda-feira, 31, que espera uma transição de governo "mais tranquila e razoável possível" e mostrou confiança nas "instituições sólidas do país", apesar de o presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda não ter entrado em contato com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. "Isso é ruim para o Brasil", avaliou a líder petista.
"Tivemos primeira reunião interna hoje [segunda-feira] para iniciar tratativas, mas não fizemos nenhum contato ainda", declarou Gleisi sobre a equipe de Bolsonaro. Outra reunião será feita amanhã [terça-feira]. Ainda assim, a dirigente garantiu que ela vai procurar o governo federal. "Tem representantes dos partidos políticos que apoiaram Bolsonaro. Vamos entrar em contato com eles. Temos responsabilidade com o país e vamos querer que a coisa seja o mais tranquila e razoável possível", acrescentou, destacando a necessidade de conversar não apenas com o Congresso eleito, mas com o atual.
O PT ainda tem 48 horas para se organizar e anunciar a equipe da transição, ressaltou a presidente do PT, que nega qualquer definição até o momento. Os nomes mais cotados para comandar a transição são o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) e o coordenador do programa de governo, Aloizio Mercadante (PT).
De acordo com Gleisi, Lula já conversou com várias lideranças internacionais, como o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz; o presidente da França, Emmanuel Macron; o secretário-geral da ONU, Antônio Guterres; e o presidente de Cuba, Miguel Diaz-Canel O presidente e o primeiro-ministro de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa e Antônio Costa, também telefonaram.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tentou contato, mas enfrentou problemas técnicos, disse Gleisi. A ligação será retomada na tarde desta segunda-feira. Lula também vai retornar um telefonema para o presidente do México, López-Obrador.
"Reconhecimento internacional mostra que mundo reconhece liderança de Lula", afirmou Gleisi a jornalistas em um hotel em São Paulo. De acordo com a dirigente, relações com países de direita serão feitas de maneira normal no governo eleito. "O mundo estava de olho na eleição do Brasil e a vitória do presidente Lula traz alívio", seguiu a dirigente, que confirmou a informação dada por Lula ontem de que o petista deve fazer uma viagem internacional ainda neste ano.
Caminhoneiros
Gleisi Hoffmann (PR), afirmou também que o presidente Jair Bolsonaro (PL) deve resolver os bloqueios de caminhoneiros a favor do atual governo, derrotado ontem nas urnas. Manifestantes e caminhoneiros interditaram rodovias como a Dutra em protesto contra a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"São bloqueios políticos e estão causando prejuízo ao Brasil e à população brasileira. Quero lembrar que quem é o presidente do Brasil nesse momento é Jair Messias Bolsonaro. A responsabilidade sobre isso é dele e dos órgãos que ele governa. Ele tem que resolver isso para não prejudicar a população", declarou Gleisi. Lula reuniu-se hoje com Gleisi e outros caciques do PT para iniciar as discussões sobre a transição.