Rayssa Leal e Pâmela Rosa são grandes nomes do skate brasileiroDivulgação
Existia um impasse porque a WS exigiu que cada nação passe a ter apenas uma representação em seu quadro, e o Brasil tinha duas: a CBSk e a CBHP. A instituição internacional chegou a propor uma fusão às duas entidades, mas nenhum acordo foi atingido.
Na publicação desta quarta, a WS critica a CBSk por ter "recusado qualquer diálogo com a CBHP" e a de ter realizado uma "campanha difamatória na mídia contra a World Skate e suas regras". O texto também destaca a falta de "intenção de se associação como a CBHP e demais esportes regidos pela World Skate" e diz que a proposta apresentada pela CBSk não está de acordo com as determinações da World Skate, uma vez que previa manter duas entidades separadas sem criar uma organização guarda-chuva".
A CBHP, por sua vez, aceitou se transformar na "organização guarda-chuva", que, assim como a World Skate faz a nível internacional, representará diferentes categorias do skate e dos esportes sobre patins. Agora, a entidade brasileira de patins e hóquei terá até abril estabelecer uma nova federação chamada "Skate Brasil". Para ser aprovada, terá de provar à WS as condições necessárias para a criação do novo órgão, o que passa por conceder autonomia financeira e técnica a cada esporte e cumprir "todas as Cartas Mundiais de Skate e as Normas Olímpicas Nacionais relevantes".
Ou seja, Neste modelo, cada uma das 13 modalidades que serão representados pela nova entidade, incluindo os olímpicos skate park e skate street, terá sua própria organização dentro do "guarda-chuva". Os esportes originalmente representados pela CBHP, dentro do universo do patins e do hóquei, não fazem parte do programa da Olimpíada. A falta de experiência da entidade era um dos pontos apontados pela CBSK para não querer a fusão.
Em entrevista ao Estadão, antes da decisão desta quarta, o presidente da CBSk, Eduardo Musa explicou a proposta entregue por sua entidade à World Skate.
O CASO
O problema da representação do skate começou ainda em 2017, mas, após muitas negociações, o COB reconheceu a CBSk como a responsável pelo esporte em sue primeiro ciclo olímpico. Antes disso, o plano inicial era deixar o skate nas mãos da CBHP, proposta à qual skatistas reagiram com ameaça de boicote.
O skate brasileiro chegou aos jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, sob o comando da CBSk, e conquistou medalhas de prata com Rayssa Leal e Kelvin Hoefler no street e com Pedro Barros no Park. Depois disso, contudo, o debate sobre qual entidade deveria representar o esporte voltou à tona com as novas determinações da World Skate, em 2023.
Desde o início, a CBSk resistiu à fusão. Além de apontar a falta de conhecimento da CBHP sobre o skate, também vinha questionando como a federação de patins e hóquei teria acesso às verbas públicas destinadas ao skate sem os certificados 18 e 18-A, emitidos pelo Ministério do Esporte de acordo com o regras de gestão. Esses certificados autorizam a captação de recursos e terão de ser providenciados pela CBHP para concluir a criação da nova federação.
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