Daniel Alves está sendo julgado na EspanhaAFP
Caso Daniel Alves: câmera de policial acionada por acidente vira prova importante
Imagens foram mostradas em juízo a pedido da advogada da mulher que acusa o jogador
Espanha - A câmera de peito de um policial, ligada acidentalmente na noite em que Daniel Alves teria cometido agressões sexuais contra uma mulher em uma boate de Barcelona, produziu provas importantes contra o brasileiro. Nesta quarta-feira (7), último dia de julgamento, as imagens foram exibidas em juízo a pedido da advogada da mulher que acusa o jogador, passando a ter valor legal como prova.
Na noite de 30 de dezembro de 2022, o policial foi chamado para ir até a discoteca Sutton atender a mulher que acusa Daniel Alves. No caminho, a câmera foi acionada e o agente só foi perceber horas depois. Durante o período, o equipamento filmou as primeiras declarações da suposta vítima.
Nas imagens, a mulher aparenta estar em estado de choque. Ela diz frases como "ele me bateu, me jogou no chão" e afirma que não quer denunciar Daniel.
"Não quero nada, não quero que meu nome apareça", disse ela em conversa com o policial.
Após o relato, o agente orientou que a mulher fosse ao Hospital Clinic de Barcelona para passar por exames. Ele também a tranquilizou, garantindo que seu nome só apareceria em documentos judiciais.
Relembre o caso
Em 31 de dezembro de 2022, o diário 'ABC' revelou que Daniel Alves teria violentado sexualmente uma jovem na casa noturna Sutton no dia anterior. A mulher esteve no local acompanhada por amigas e entrou no banheiro a pedido do jogador, à época no Pumas, do México. Ela alega que pensava que era outro ambiente da boate.
Ao sair do cômodo, a jovem de 23 anos estava muito abalada e a equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia, que colheu o depoimento da vítima.
No dia 10 de janeiro de 2023, a Justiça espanhola aceitou a denúncia e passou a investigar o jogador brasileiro. Quando voltou à Espanha para o velório da sogra, ele foi intimado a depor.
Inconsistências nas versões dadas pelo atleta nas primeiras declarações e em depoimento à Justiça, fizeram com que a juíza Maria Concepción Canton Martín decretasse a prisão no dia 20 de janeiro. A possibilidade de fuga do país também foi outro motivo.
Durante o período em que está recluso, o brasileiro mudou o seu depoimento por mais de uma vez, trocou de advogado de defesa e teve negados outros recursos para responder à acusação em liberdade. Além disso, entrou em um processo de divórcio com a modelo e empresária espanhola Joana Sanz, que acabou não indo adiante.
Nas contradições, Daniel Alves chegou a dizer que não conhecia a mulher que o acusava. Depois, argumentou que houve relação sexual com ela, mas de forma consensual. Após nova mudança de direção, a defesa de Daniel Alves vai alegar, durante o julgamento, que o jogador estava bêbado na noite em que foi acusado do abuso.
De acordo com a publicação 'El Periódico', a nova versão dos fatos, a quinta apresentada pelos advogados, tem a intenção de atenuar a pena do jogador brasileiro, pois o colocaria como "uma pessoa sem conhecimentos de suas ações" em razão dos efeitos do álcool.
Daniel Alves pode pegar nove anos de prisão, mas a defesa da jovem denunciante pede 12, a pena máxima para agressão sexual na Espanha.
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