Lewis Hamilton e Felipe Massa disputaram o título da Fórmula 1 em 2008, decidido por um pontoBertrand Guay/AFP

A luta de Felipe Massa contra a Fórmula 1, por causa da perda do título do Mundial de 2008, chegou à Justiça do Reino Unido. O piloto brasileiro deu entrada nesta segunda-feira (11) na Superior Corte de Londres contra a categoria, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e Bernie Ecclestone.
O novo passo que questiona o resultado final daquela temporada, vencida por Lewis Hamilton por um ponto, é o mais importante. Se conseguir uma vitória nessa ação, Massa pode ser reconhecido como campeão de Fórmula 1 e até mesmo receber indenização.
Para iniciar o processo, o piloto precisou enviar, em 17 de agosto de 2023, cartas à FIA e a Fórmula 1, organizada pela Formula One Management (FOM), questionando o resultado do Mundial de 2008.
"Sempre disse que iria brigar até o final. Como a FIA e a FOM decidiram não fazer nada, buscaremos a correção desta injustiça histórica nos tribunais", afirmou Massa.

Entenda o caso

Esse processo só acontece após o ex-presidente da FOM, Bernie Ecclestone, revelar em entrevista em março de 2023, que tinha conhecimento durante a temporada de 2008, sobre o chamado 'Singapuragate'. O caso diz respeito a Nelsinho Piquet bater de propósito para a entrada de um safety car, o que foi determinante para Fernando Alonso, seu companheiro de Renault, vencer a corrida.
Ecclestone ainda disse que abafou o caso, junto com o então presidente da FIA à época, Max Mosley. A decisão foi justificada como uma tentativa de evitar "um grande escândalo". O 'Singapuragate' virou notícia apenas em 2009, quando o jornalista Reginaldo Leme divulgou a informação durante a transmissão de um GP na Tv Globo.
O ex-presidente da FOM ainda afirmou que a FIA tinha "informação suficiente" para investigar o assunto e, de acordo com os estatutos, a F1 "deveria ter cancelado a corrida em Singapura". Se houvesse o cancelamento, Felipe Massa teria sido campeão do mundo, já que naquela corrida não pontuou, enquanto Hamilton, sim.
A defesa do brasileiro alega que o piloto seria campeão por direito da F1, tendo sido vítima de uma conspiração.