"Sinto que voltaram a me estuprar. Estou cansada de ser forte, não quero mais ser forte", afirmou a mulher em seu primeiro encontro com a advogada após a liberdade ser aprovada.
A defesa da vítima deve apresentar um recurso contra a decisão até a próxima segunda-feira (25). O temor da advogada é que, caso Daniel Alves deixe a cadeia, ele comece a dar entrevistas sobre o caso e sua cliente sofra com gatilhos.
"Ela é revitimizada sempre que sai alguma notícia, e se ele for solto, essa revitimização não vai ter fim. Ela é muito forte. Creio que se fosse outra pessoa, não teria resistido a tudo isso", declarou Ester, que criticou a decisão da corte de aprovar a liberdade provisória após negar cinco pedidos anteriores, alegando risco de fuga.
"A única diferença de lá para cá é que, entre as negativas e o aceite, ele foi condenado. O risco de fuga persiste. É inexplicável em termos legais", pontuou a advogada.
Estar também destacou o sentimento de impotência diante da possível soltura de Daniel Alves.
"A sensação que fica é a de que a justiça tem um preço. A sentença já era injusta, uma vez que nunca vi uma pena tão baixa para um estupro. Nós estamos lutando contra o poder", finalizou.
Liberdade provisória
Além da fiança de 1 milhão de euros, Daniel Alves terá que seguir outras determinações da Justiça espanhola. Ele está proibido de deixar o país e precisará entregar seus dois passaporte (brasileiro e espanhol), além de comparecer semanalmente ao Tribunal Provincial, com o intuito justamente de amenizar o risco de fuga. O ex-lateral também não poderá ter qualquer contato com a vítima.
Condenação
O Tribunal de Justiça de Barcelona anunciou no dia 22 de fevereiro a condenação de Daniel Alves a quatro anos e meio de prisão, por considerar que foi "comprovado o estupro", e também determinou uma ordem de restrição para que ele não se aproxime da vítima por nove anos.
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