Leila Pereira é a chefe da delegação brasileira para os amistosos desta data FifaRafael Ribeiro/CBF

Sem posicionamento de jogadores da seleção brasileira ou da CBF sobre os casos de estupro envolvendo Daniel Alves e Robinho, a chefe da delegação na Europa e presidente do Palmeiras, Leila Pereira, viu-se na obrigação de falar nesta quinta-feira (21). Ela criticou a decisão da Justiça espanhola de conceder liberdade provisória ao ex-lateral.
A dirigente também vê o desenrolar dos dois casos como 'um tapa na cara das mulheres'.
"Ninguém fala nada, mas eu, como mulher aqui na chefia da delegação, tenho que me posicionar sobre os casos do Robinho e Daniel Alves. Isso é um tapa na cara de todas nós mulheres, especialmente o caso do Daniel Alves, que pagou pela liberdade. Acho importante eu me posicionar. Cada caso de impunidade é a semente do crime seguinte", afirmou Leila ao site 'Uol'.
Daniel Alves está preso desde 10 de janeiro de 2023 em Barcelona e foi condenado a quatro anos e meio de prisão pelo estupro de uma jovem no fim de dezembro de 2022, em uma boate na cidade catalã. Entretanto, ele conseguiu, na quarta-feira (20) a liberdade provisória com o pagamento de 1 milhão de euros (5,4 milhões de reais), enquanto os recursos são avaliados na Justiça.
Já Robinho foi condenado, em janeiro de 2022, a nove anos de prisão pelo crime de violência sexual em grupo na Itália, por caso ocorrido em uma boate em Milão, em 2013. Entretanto, o ex-jogador já estava no Brasil à época da decisão da Justiça italiana e ficou em liberdade.
Somente na quarta-feira o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que Robinho deve cumprir a pena em solo brasileiro. Os ministros também decidiram que ele seja preso imediatamente e em regime fechado, mas a defesa dele entrou com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF).