Silvio Luizdivulgação/Photographer/Artur Igrecias

Rio - Silvio Luiz, que morreu nesta quinta-feira, 16, era conhecido pelo jeito único de narrar partidas de futebol. Além dos bordões, ele ficou marcado por não gritar gol nas narrações. Como o telespectador já viu o que aconteceu pela televisão, o jornalista acreditava que não era necessário.
"Eu nunca gritei gol. Por que? O cara está vendo, ele tem olho, está vendo a televisão. Eu tenho que mostrar aquele fato jornalisticamente. Eu tenho que dizer quem é que fez o gol, para quem foi o gol, a que horas foi o gol", explicou Silvio Luiz, em entrevista ao "Agora com Lacombe", da Rede TV, há um ano.
Aa invés disso, gritava "Foi, foi, foi, foi ele" e, em seguida, dizia o nome de quem balançou as redes. Na mesma entrevista, explicou a estratégia.
"Tenho uma bengala, que é assim: 'Foi, foi, foi, foi, foi ele, Fulano de tal, o craque da Camisa 10'. Enquanto o câmera não encontrou quem foi, eu fico falando: 'Foi, foi, foi, foi ele'. Se eu não falo o nome do cara ou se a câmera não mostra, eu pergunto para o repórter: 'Quem é que foi?'. Porque eu não identifiquei", contou.
Silvio tinha 89 anos e estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo, desde a última quarta-feira (8).