Natalia Guitler, um dos ícones do futevôlei no Brasil e no mundoDivulgação / Instagram
A ausência do futsal talvez seja a que chame mais atenção, especialmente no Brasil. Para fazer parte da Olimpíada, uma modalidade precisa atender a alguns critérios exigidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), como ser praticado em 75 países e quatro continentes pelos homens, em 40 países e pelo menos três continentes pelas mulheres e ser regido por uma única entidade em escala global, com regras padronizadas. O caso do futsal, porém, vai além disso.
O esporte ainda não se tornou olímpico por conta de conflitos de interesse entre o COI e a Fifa, a entidade responsável pela gestão do futsal e que já organiza seus próprios torneios para o esporte. Um entrave que para Sérgio Sapo, tricampeão mundial de futsal e atual presidente do Grajaú Tênis Clube, só atrapalha a modalidade. “O futsal tem uma estrutura muito bem organizada no Brasil e no mundo. Tudo é feito para que o esporte vá para as Olimpíadas e tem tudo para conseguir. Mas quando?”, questionou. Para que isso aconteça, o ex-jogador acredita que a CBF, responsável pela seleção brasileira de futsal, poderia interceder pelo esporte junto à Fifa. A entidade brasileira, no entanto, informou que este processo cabe apenas ao COI.
Outra modalidade popular entre os brasileiros e que ainda não faz parte dos Jogos é o futevôlei. Apesar do crescimento do esporte no país, ele ainda não atingiu o nível de popularidade exigido ao redor do mundo. Mas isso parece que está mudando. É o que explica Natalia Guitler, multicampeã de futevôlei e um dos principais ícones da modalidade. “Percebo o crescimento não só no Brasil, como em outros países. No exterior, cresce mais o masculino, mas aqui no Brasil o feminino tem crescido expressivamente. Cada vez mais praticantes em alto nível”, disse a atleta carioca.
Ela destacou que o esporte merece maior atenção e investimento, especialmente por parte dos brasileiros, para que possa se tornar olímpico. “Por ser original daqui do Brasil, que então tenha uma força tarefa para que seja olímpico. Se muitas pessoas ajudarem por amor ao esporte e saberem que é algo que pode se tornar medalhista, acho que merecia um olhar melhor. Espero que isso um dia aconteça”, explicou Natalia, que ainda concluiu: “A nível Brasil, se fosse pra ser olímpico, sem dúvida já estaria”.
O jiu-jitsu, por sua vez, é a que parece estar mais distante da Olimpíada entre as três modalidades. A principal razão é a existência de diferentes confederações e federações que organizam o esporte no Brasil e no mundo. Não há uma estrutura em escala global e com regras padronizadas para gerir o jiu-jitsu, o que é justamente um dos critérios do COI. O tempo das lutas e as formas de pontuação, por exemplo, são algumas das normas que divergem entre um local e outro. No entanto, isso não parece ser um problema.
Para o professor Augusto Galeb, presidente da Federação Brasileira de Jiu-Jitsu (FBJJ) e da Federação Internacional de Jiu-Jitsu Brasileiro (IFBJJ World, sigla em inglês), não seria uma vantagem para o esporte se tornar olímpico. “Não acredito que seria melhor. Vejo como está hoje melhor para todos os profissionais, desde organizador a atletas. Há maior chance de crescimento. Não acho interessante se tornar olímpico por conta de mudanças de regras e mercado”, disse o professor de Atibaia, São Paulo.
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